Racismo, Sexismo E A Nova Ministra Da Itália

O racismo e o sexismo não morreram. Um exemplo está na reação da direita italiana ao receber a notícia de que Cecile Kyenge, primeira ministra negra, ocuparia este cargo - outro exemplo é a atual participação de Marco Feliciano na Comissão de Direitos Humanos.

Cecile Kyenge é a nova ministra da integração do primeiro-ministro Enrico Letta . Ela é negra e nascida no Congo. Parece que a direita italiana não suporta este fato. Após receber diversos insultos racistas em sites de extrema direita, também precisou aguentar o racismo e sexismo explícitos de Mario Borghezio, um membro da Liga do Norte no parlamento europeu, que dentre outras declarações, afirmou que Cecília pareceria ser “uma boa dona de casa, mas não uma ministra”.

Cecile Kyenge ministra italiana
Cecile Kyenge

Pra quem diz que racismo e sexismo são águas passadas, que, assim como fez Marco Feliciano ao propor a cura gay, criminalização da heterofobia e etc, as minorias estão em busca de privilégios e os grandes grupos dominantes precisam de leis que os protejam da agressividade destes grupos, a reação com Cecile é inegavelmente um sinal.

É interessante que não é um sinal que vem de surpresa, afinal, a política na Europa está cada vez mais dominada por grupos xenófobos e racistas… Conservadores populistas que conseguem representar a população de maneira mais legítima, mais próxima, que os tecnocratas pós-crise. São demandas instaladas nas populações (como o ódio ao estrangeiro que rouba empregos, que causa crises e etc) e, por serem instaladas, são perfeitamente atendidas.

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Não muito diferente há a participação evangélica na política brasileira, onde toda a culpa de qualquer coisa relacionada a moral cai no colo do movimento gay. A fixação evangélica pela homossexualidade, pela determinação da homossexualidade como uma doença – mas curável -, como uma degeneração, como um desvio de caráter e etc e etc, só mostra a estreiteza de sua política. A bancada evangélica é um grupo de pressão que não adere a nenhum partido por não ter política nenhuma, mas, mesmo assim, tem pretensões de dominar os postos e lugares em nossa atual democracia representativa.

Entretanto, com o início da participação popular contrária a medidas evangélicas, começa uma luta, mesmo que sem uniformidade partidária, para enfraquecer este grupo. Resta participar.

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