Boato Do Fim Do Bolsa Família E Tantas Outras Piadas Políticas

O que há de mais engraçado do que achar que em 2014 haverá um golpe comunista? Não há mais para onde fugir.

Quando tal situação toma forma, só pode significar uma coisa: toda a criatividade da direita se foi junto com seu poder. Não estou dizendo que a direita morreu, mas que todos os instrumentos para controle e disseminação da ideologia propriamente da direita brasileira não fazem mais tanto efeito.

A “pegadinha” do fim do Programa Bolsa Família foi o mote para o Jornal da Globo evidenciar que não se trata só de colocar comida na boca de quem não pode comprar, mas que, além de disso, o programa tem um valor político. É óbvio que o programa tem um valor político, afinal de contas, quem consegue favorecer um determinado grupo e atenuar a desigualdade e a imobilidade que esse grupo vem sofrendo, também conseguirá os votos de seus membros.

Isso é, além de óbvio, lógico. Se a preocupação da direita liberal é conquistar a parcela que necessita do Bolsa Família, precisa de algo que melhore a condição de vida de tal parcela.

Entretanto, com este boato, eu sinto que a situação precária da direita é realmente uma realidade. Se é necessário tentar sabotar um dos pilares da administração do PT, então há algo de errado com as próprias propostas. A cara pálida de William Waack foi a expressão do que exatamente se queria fazer: denegrir a validade de um programa social por sua importância política.

Isso tem uma face oculta: também invalida a decisão política dos participantes do programa. Em outras palavras, dizer que o programa é uma arma política é quase como dizer que o voto de quem é beneficiário não vale tanto assim, não tem tanta legitimidade quanto o voto de quem não utiliza. Pra direita, voto de pobre não vale. Só vale voto de rico. Só vale voto de quem “tem educação”.

O que também demonstra que a vontade da direita brasileira é governar com os letrados e governar os iletrados. Dialogar com os educados e mandar nos pobres incultos, de maneira que a liberdade individual tão valorizada só é válida para aqueles que podem reproduzir a ideologia liberal de maneira perfeita. Pra direita, pobre precisa de tutor, de um guia, de um líder que, diga-se de passagem, tem que vir de cima.

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