Joan Miró: vida e obra

Joan Miró: a vida e obra de um artista tão importante não pode ser resumida em algumas linhas, mas suas obras podem ser vistas em todo seu ar impressionante.

Mais importante do que a obra de arte propriamente dita é o que ela vai gerar. A arte pode morrer; um quadro desaparecer. O que conta é a semente. [Joan Miró – Clique aqui e tweet esta frase]

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Joan Miró: vida e obra

Joan Miró.

Joan Miró teve uma vida difícil. Nasceu em 1893, na cidade Barcelona, e foi criado por uma família de artesãos. Apesar de demonstrar seu gosto pela pintura desde cedo, foi pressionado a entrar para uma carreira burocrática, o que lhe trouxe grandes problemas: em pouco tempo de trabalho, ao se ver preso a uma atividade monótona enquanto o país efervescia em correntes artísticas, Miró entrou em profunda depressão agravada por um ataque de febre tifoide.

O artista precisou de ajuda médica para voltar à atividade, mas foi o impulso necessário para largar tudo aquilo que lhe retirava o prazer de viver e entrar de vez para as artes. Ele estudou na Escola de Belas Artes de Barcelona e na Academia de Gali. Joan Miró teve aulas com Francisco Gali, que lhe ensinou tudo sobre as escolas de arte moderna de Paris, lhe introduziu ao mundo da leveza bizantina nas igrejas da Catalunha e à arquitetura de Antônio Gaudí.

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– O Carnaval de Arlequim, 1924, óleo

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Apesar de ser reconhecido pintor, Miró se dedicou às artes cerâmicas e teve influências do dadaísmo, fauvismo e cubismo durante sua vida artística.

De 1915 até 1919, trabalhou em Montroig, cidade próxima à Barcelona, pintando paisagens, retratos e nus, mas foi em 1919 que sua vida mudou, quando se transferiu para Paris e dividiu sua vida entre Espanha e França.

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Joan Miró: vida como artista de fato

Na França, foi amigo de Picasso, que o ajudou em suas pinturas, mas como era uma tarefa árdua vender qualquer tela de Miró, seu dinheiro sempre estava no limite. Seus pais também enviavam poucos recursos, para reafirmar a falta de vontade de incentivar sua vida artística. Miró passou fome por muitos dias e tentava aproveitar as alucinações que a falta de comida lhe dava pintando novos quadros e sentindo o mundo de um jeito diferente. É possível ver estas experiências em The Farmer’s Wife, um dos primeiros quadros do artista a mostrar grandes variações de escala ao longo do desenho, em que os grandes pés da esposa representam sua força no chão catalão.

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The Farmer’s Wife, 1922

Definitivamente, o surrealismo de Miró não é parecido com os traços perfeitos de Dalí e Magritte, mas é focado no simbolismo e no minimalismo que conseguia aplicar em seus desenhos de formas inusitadas. Segundo o pintor, quando foi apresentado por André Masson ao círculo surrealista, ninguém reparou em suas obras – provavelmente ninguém as tinha entendido.

Mesmo assim, o movimento surrealista lhe foi muito importante. Ele relata que “pintar com todas essas regras [do cubismo] me estressava um pouco. Eu queria ir além disso, entende? O cubismo abriu muitas portas, mas depois dele a pintura se tornou algo muito estático, estava somente preocupada com o plasticismo e eu queria dar um salto sobre isso, que me parecia muito limitado. Então, com os surrealistas eu encontrei o que estava procurando. Eu pude deixar o plasticismo estrito para trás e ir além”.

A Guerra Civil Espanhola e a Segunda Guerra Mundial lhe deixaram marcas. Nesta época, ele estava vivendo na Espanha e lá produziu suas “pinturas selvagens”. Apesar disso, antes da eclosão da Segunda Guerra, estava na França realizando novos trabalhos em tapeçaria e produzindo cenários de balés.

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– Nord-Sud, 1917 óleo

Após a Guerra Civil Espanhola, Miró já era conhecido no mundo todo e pintou murais de hotéis e universidades quando foi para Nova York. Ao retornar a Paris, em 1948, era um artista cultuado. Miró recebeu um prêmio de gravura na Bienal de Veneza, em 1954, e o mural que realizou para um prédio da UNESCO em Paris ganhou, quatro anos mais tarde, o Prêmio Internacional da Fundação Guggenheim. Em 1980, já perto de sua morte, Miró recebeu uma Medalha de Ouro de Belas Artes do rei Juan Carlos I.

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Reza a lenda que enquanto estudava na Escola de Belas Artes de Barcelona, Miró vendava seus olhos e tentava pintar objetos sem nenhuma experiência visual. Utilizava o tato para se livrar das formas reais dos objetos escolhidos e dava liberdade para sua imaginação, se abstendo de regras para suas pinturas. Sua simbologia também é bem pessoal, com diversos personagens sendo representados por objetos característicos, como a representação do camponês catalão por um cachimbo, uma arma ou um boné.

Morreu em 25 de dezembro de 1983, na cidade de Palma de Maiorca, na Espanha. Veja abaixo alguma de suas obras.

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Joan Miró: obras

Cão latindo para a lua, 1926
Cão latindo para a lua, 1926
joan miro vida e obra man and woman
Man and Woman in Front of a Pile of Excrement, 1935
joan miro vida e obra mulher
– Mulher e pássaros ao amanhecer, 1949
joa miro vida e obra mural da unesco
– Murais cerâmicos do Sol e da Lua, 1958, Sede de Unesco em París.

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Documentário: Joan Miró 1893-1983

O documentário abaixo, da pintora catalã Eva Bosch, conta a vida de Miró a partir das técnicas que utilizava em seus quadros e esculturas.

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Especial: Miró no Instituto Tomie Ohtake

perfil_joan_miro_lateral1Joan Miró, A Força da Matéria está em exposição no instituto Tomie Ohtake, em Pinheiros, São Paulo. São 40 pinturas, 22 esculturas, 20 desenhos e 25 gravuras, mas também vídeos e textos do autor, que visam oferecer uma nova interpretação a sua obra. A exposição ficará montada no instituto até o dia 14 de novembro.

Segundo a Fundação Joan Miró, esta exposição enfatiza o vocabulário de símbolos e arranjos cromáticos, com uma organização que permite observar aspectos do processo criativo do artista: a fuga dos cânones convencionais e do conceito de beleza vigentes determinam sua criação.

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18 Comentários

  1. Pois é, pouco importa ler ser não conseguem entender…..
    Nasceu em 1893 – morreu em 1983……
    Voltem para a escola, seus mentecaptos……. aulas de português e matemática!!!

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