Žižek e o neoliberalismo

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A Carta Maior entrevista neste vídeo o filósofo Esloveno Slavoj Žižek, quando este veio ao Brasil para divulgar o seu livro “Menos que nada, Hegel e a sombra do Materialismo Dialético” pela editora Boitempo.

Žižek começa a entrevista mencionando o Brasil e apontando contradições em nosso sistema. Em nosso país, nós temos um racismo institucionalizado e ele se expressa também, de acordo com o filósofo, na falta de representatividade de mulheres, negros e indígenas em cargos de decisão no governo. Mudar isso é extremamente necessário, até porque a nossa própria cultura propagandeia que somos um país multicultural.

Ainda segundo o filósofo, o Brasil acerta ao não seguir à risca o dogma neoliberal, investindo no social.

Em países europeus, ou mesmo no próprio EUA, uma crise econômica tem tomado forma desde 2008 e ela é culpa exatamente do neoliberalismo de economistas irresponsáveis, cujos países estão cada vez mais dependentes da economia da China. O filósofo aponta que ao fazer um contraponto a esse neoliberalismo, a esquerda consegue consertar a economia. Talvez possamos referenciar o que Žižek fala com o debate da época das eleições em que há uma disputa entre um modelo neodesenvolvimentista e um modelo neoliberal, este último responsável por bagunçar seriamente a economia brasileira na década de 1990 e início da década de 2000, trazendo desemprego e miséria.

Žižek também é perguntado sobre o que ele pensa sobre a Bolívia, e ele diz não gostar de quem parte para o idealismo em vez de resolver os problemas, e tece elogios aos governantes bolivianos exatamente por sua capacidade de encará-los fazendo uma análise materialista da situação e tentando resolver tudo conforme seja possível. Talvez isso falte muito em várias das análises que são feitas atualmente – elas têm muito idealismo, mas pouca praticidade. Precisamos nos ater, dessa forma, ao que é concreto e possível, ao que pode melhorar a situação de várias pessoas que vivem em situação de pobreza ou até abaixo da linha da miséria, e precisamos continuar a rejeitar políticas neoliberais e entreguistas que nada trouxeram de bom ao nosso país.

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