Privatizações: a distopia do capital

Nesse filme de Sílvio Tendler, com a participação de vários líderes sindicais, professores e intelectuais, é explicada a lógica capitalista neoliberal por trás do processo de privatização e desmonte do Estado brasileiro.

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Nesse filme de Sílvio Tendler, com a participação de vários líderes sindicais, professores e intelectuais, é explicada a lógica capitalista neoliberal por trás do processo de privatização e desmonte do Estado brasileiro. Em uma série de entrevistas, é demonstrado como as privatizações contribuíram para desmantelar os serviços brasileiros, trazendo apagões, crises e desemprego.

A lógica da privatização veio junto da ascensão do neoliberalismo mundial, o qual chegou aqui a partir dos anos 90 com Fernando Collor, sendo continuado por Fernando Henrique Cardoso. O Estado, apresentado como o elefante na sala, era tido como ineficiente e caro, e a privatização foi vendida como uma maneira de se obter serviços mais eficientes, mais baratos e mais competitivos.

No entanto, algumas décadas depois desse processo, não temos como dizer que isso se deu de maneira concreta. O serviço de telefonia brasileiro, por exemplo, é extremamente ineficiente, caro, trata muito mal o consumidor, além de ser campeão no número de reclamações nas agências reguladoras.

Temos observado que esse processo de desmonte do Estado tem afetado também os serviços públicos essenciais, como a saúde: muitos dos funcionários são contratados ou terceirizados, ou seja, não estão ali por causa de um concurso público; isso significa uma perda de controle enorme e uma ineficiência no serviço, pois como se cobra resultados de um trabalhador privado em uma empresa pública?

Milton Santos disse, e o filme cita, que o jovem vive em exílio na periferia. A lógica do capital tem influenciado enormemente na maneira com que se dá a urbanização nas cidades grandes do nosso país. O acesso a serviços, educação, trabalho, cultura e lazer é difícil, e a tarifa de transporte é cara, além do serviço ser ineficiente. É possível haver tarifa zero e transporte mais eficiente, mas para isso é necessário que haja uma mobilização social enorme para isso. As jornadas de junho, contestando o valor da tarifa e pedindo, inclusive, tarifa zero, provaram que tal mudança é possível.

Como disse Milton Santos, a qualidade dos serviços públicos é o que assinará a carta de alforria daqueles que vivem em exílio na periferia.

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