11 teses e dissertações sobre Giorgio Agamben em PDF para download gratuito

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Giorgio Agamben em PDFEle é um dos filósofos mais influentes do contemporâneo, por isso disponibilizamos 11 teses e dissertações sobre Giorgio Agamben em PDF para download gratuito.

Agamben nasceu em 1942, na cidade de Roma, e utiliza desde autores clássicos a companheiros da atualidade (como Foucault e Deleuze) para desenvolver suas análises.

Talvez seu livro mais famoso seja Estado de Exceção, em que observa as situações em que aquilo que é improvável de se tornar legal, de repente, torna-se. Ele chega à conclusão de que o Estado de exceção é a nova forma de atuação dos Estados modernos.

Diante do incessante avanço do que foi definido como uma “guerra civil mundial”, o estado de exceção tende sempre mais a se apresentar como o paradigma de governo dominante na política contemporânea. Esse deslocamento de uma medida provisória e excepcional para uma técnica de governo ameaça transformar radicalmente – e, de fato, já transformou de modo muito perceptível – a estrutura e o sentido da distinção tradicional entre os diversos tipos de constituição. O estado de exceção apresenta-se, nessa perspectiva, como um patamar de indeterminação entre democracia e absolutismo.

O autor conclui, quando comenta a lei e sua aplicação,

Entretanto, e determinante que, em sentido técnico, 0 sintagma “força de lei” se refira, tanto na doutrina moderna quanto na antiga, não a lei, mas aqueles decretos – que tem justamente, como se diz, força de lei – que 0 poder executivo pode, em alguns casos – particularmente, no estado de exceção – promulgar. 0 conceito “força-de-Iei”, enquanto termo técnico do direito, define, pois, uma separação entre a vis obligandi ou a aplicabilidade da norma e sua essência formal, pela qual decretos, disposições e medidas, que não são formalmente leis, adquirem, entretanto, sua “força”.

Suas obras lidam com a dificuldade da ação política na contemporaneidade e junto a Deleuze, pensou as formas de biopolítica dos Estados atuais. Giorgio Agamben também é grande pesquisador do direito romando e da figura única do Homo Sacer, o sujeito que, após cometer um delito, não é digno o bastante para ser sacrificado aos deuses, ao mesmo tempo, caso encontrado por algum cidadão, pode ser morto sem que seu algoz seja imputado como homicida.

Ao contrário de Walter Benjamin, que acreditava que a vida nua se iniciava quando o direito não mais cobria o sujeito, para Agamben esta vida se encontra no paradoxo específico da própria inclusão e depois exclusão do sujeito de direito. A vida se torna matável através da ordem jurídica do poder soberano. É a ordem jurídica que torna o sujeito passível de morte, excluído do direito.

Livros de Giorgio Agamben

Teses e dissertações de Giorgio Agamben em PDF

Disponibilizamos abaixo, 11 teses sobre a obra de Giorgio Agamben em PDF, para baixar basta clicar:

  1. AUGUSTO, W. M. Desativar O Direito: Um Caminho A Partir Da Obra De Giorgio Agamben;
  2. GUSI, João A. F. O Estado De Exceção De Giorgio Agamben: A Força Da Norma;
  3. GODY, F. H. R. de. Hannah Arendt e Giorgio Agamben: duas visões do Estado de Direito;
  4. JUGEND, Gustavo. Rosto: A Passagem Da Ontologia À Ética Em Giorgio Agamben;
  5. LEUTERIO, Alex P. Estado de exceção na obra de Giorgio Agamben: da politização da vida à comunidade que vem;
  6. MARTINS, Ana C. S. Uma Experiência Da Linguagem Ou Infância: Língua, História E Arte Em Giorgio Agamben;
  7. OLIVEIRA, Pedro I. de S. P. A pura forma da lei em Giorgio Agamben;
  8. PEREIRA, Pedro L. D. O Trono Vazio: A Teoria Unitária Do Poder Na Genealogia Teológica De Giorgio Agamben;
  9. TEIXEIRA, Eduardo T. Um estudo a partir de M. Foucault, W. Benjamin e G. Agamben;
  10. URSO, Flávia D. Perspectivas sobre a soberania em Carl Schmitt, Michel Foucault e Giorgio Agamben;
  11. VIEIRA, P. M. Por uma ética para o 121 dia. Leituras em Pasolini, Agamben e Didi-Huberman.

10 Comentários

  1. Iustitium: arquétipo do moderno estado de exceção

    Muito oportuno disponibilizar algumas obras de Giorgio Agamben. Este filósofo vai até as filigranas. Estou estudando o “Estado de Exceção” (2004) e estou aturdido como como ele vai fundo e disseca o iustititum romano para pensar o estado de exceção moderno.
    Para Giorgio Agamben, o iustitium romano é de certa forma o arquétipo do moderno estado de exceção (Ausnahnezustand em alemão), isto é, serve como forma paradigmática da teoria moderna do estado de exceção. Agamben se serve do iustitium para tentar explicar as aporias que o estado de exceção moderno não consegue dar conta. Quando a República de Roma estava em perigo o Senado emitia um senatus consultum ultimum que incumbia os cônsules (ou a seus substitutos em Roma, interrex ou pró-cônsules) e, em alguns casos, também aos pretores e aos tribunos da plebe e no limite, a cada cidadão, que tomassem qualquer medida considerada necessária para a salvação do Estado. O senatus-consulto tinha como alicerce um decreto que declarava o tumultus. Este dava lugar ao estado de emergência que acometia Roma, seja por uma guerra externa, uma insurreição ou guerra civil que legitimava a proclamação de um iustitium. O termo iustitium significa literalmente, suspensão do direito. O iustitium é um instituo jurídico que possui um sentido paradoxal, “que consiste unicamente na produção de um vazio jurídico, que se deve examinar aqui, tanto do ponto de vista da sistemática do direito público quanto do ponto de vista filosófico-político.” (AGAMBEN, 2004, p. 68).
    O tumultus mostra que a causa do tumulto pode ser uma guerra externa, mas nem sempre é. O termo designa tecnicamente o estado de desordem e de agitação que resulta, em Roma, desse acontecimento, assim, a notícia de uma derrota na guerra contra os etruscos provoca em Roma um tumulto. O tumulto é a agitação que provoca em Roma, não é uma guerra repentina. A única definição possível que permite compreender todos os casos atestados é a que vê, no tumultus “‘a cesura através da qual, do ponto de vista do direito público, se realiza a possibilidade de medidas excepcionais’ (Nissen, 1877, p. 76). A relação entre bellum e tumultus é a mesma que existe, de um lado, entre guerra e estado de sítio militar e, de outro, entre estado de exceção e estado de sítio político” (AGAMBEN, op.cit., p. 69).
    Ao citar Mommsen e quando este se refere ao problema do senatus-consulto como estado de necessidade. De acordo com Agamben, Mommsen alude à imagem de direito de legítima defesa para nomear o tipo de poder exercido pelo senatus-consulto.”Qualquer que fosse a instância tecnicamente habilitada para declará-lo, é certo que o iustitium era declarado sempre e somente ex auctoritate patrum, e o magistrado (ou o simples cidadão) agia, portanto, com base em um estado de perigo que autorizava a suspensão do direito” (AGAMBEN, op. cit., p.74). Em nome da defesa do Estado romano os direitos eram suspensos, a exceção romana tinha como pretexto a legítima defesa do Estado, mas para tanto aquele que descumprisse o iustitium era rigorosamente punido. Aqui é possível estabelecer uma analogia com Hitler, assim que chegou ao poder, usou o artigo 48 da Constituição de Weimar e promulgou no dia 28 de fevereiro de 1933, o Decreto para a proteção do povo e do Estado, isto é, suspendeu os artigos da constituição que garantiam as liberdades individuais. É quase, senão o mesmo, princípio.

  2. Doutorei-me em Filosofia, cujo tema abordado foi a teoria da metáfora de Paul Ricoeur. No entanto, confesso que fiquei maravilhado com a matéria que trata do Estado de exceção de Agamben. Gostaria de que me indicasse um livro que trata deste tema. Tenho formação em Letras e Filosofia em uma universidade Federal do Sul, Mestre Semiótica, Mestre em Linguística: análise do discurso(Pêcheux).
    Hoje, investigo o silêncio nas ditaduras civico-militares na literatura latinoaméricana (Rubem Fonseca e Haroldo Conti).
    Gostaria de um diálogo fecundo nesta área. Analisar de que maneira o Estado de exceção se fez presente durante a escritura dos trabalhos desses autores. Afinal, como disse Orlandi (2007), o silêncio significa.
    Att.,
    Odair

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