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Herdeiro da tradição irracionalista, Emil Cioran (1911 – 1995) sugere a impossibilidade de escapar das aflições humanas, visto que não podemos nem afirmar e nem negar a nossa Vontade – a única coisa que restaria, então, seria conviver em um mundo de dor e sem propósito, podendo apenas aceitá-lo ou odiá-lo.
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Para Emil Cioran, contudo, a angústia surge da consciência do que significa “querer” e da dupla impossibilidade tanto de afirmar como de negar a vontade. Todos os males do mundo são causados por suas pretensões universais.
A UTOPIA
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A sociedade que se ambiciona por meio das utopias deriva, de certa forma, da nostalgia de um estado semelhante ao descrito pela “idade de ouro” da mitologia grega ou pelo Éden do cristianismo.
UTOIA E SOCIEDADE
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Assim como acontece nos atos individuais, as ambições da sociedade, expressas de forma mais notória nas utopias, dirigem-se a um estado inalcançável de felicidade que existe, sobretudo, como ideia. Ironizando a pretensão das utopias, o pensador chega inclusive a sugerir que a sociedade ideal, aquela em que os homens não prejudicassem uns aos outros, seria uma sociedade de abúlicos (pessoas desprovidas de vontade).
PARA ALÉM DA UTOPIA
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