Nietzsche: a elevação do homem – O Anticristo

Nietzsche é isento de fazer uma acusação moral porque ele não se dirige contra o homem. Clique e entenda!

nietzsche-caericatura-blog1Friedrich Nietzsche escreve, no capítulo 6, que sua acusação sobre a corrupção do homem não tem um valor moral contra o homem; ele não está – ao contrário do cristianismo – buscando diminuir o ser humano frente a uma divindade e a um conjunto de valores que vão contra sua própria existência. Nietzsche está valorizando o ser humano tal como o é: uma criatura com pulsão, com instintos, com capacidade de criação. Para isso, busca sua libertação da moral que oprime suas características vitais do ser humano, encontradas no cristianismo com uma projeção de um conjunto de valores a um conjunto de práticas (os atos de compaixão, a compreensão, o amor ao próximo) que visam minar a busca pelo aumento de sua potência.

Assim, o autor pontua que sua filosofia não precisa estar sob suspeita – já que sua posição está aqui para valorizar positivamente o homem. Não está buscando condená-lo, mas sim atestar que aquilo que lhe é prejudicial – tudo o que visa reprimir sua vontade de potência – deve ser extirpado porque o torna mais fraco e não mais forte.

“Chamo um animal, uma espécie, um indivíduo de corrompidos quando eles perdem os seus instintos, quando escolhem, quando preferem o que lhes é prejudicial […] Considero a própria ida como instinto de crescimento, de duração, de acumulação de forças, como instinto para o poder: onde falta a vontade de poder, ocorre o declínio.” [1]

Nietzsche entende que todos os valores que a humanidade vive hoje são valores que carecem da vontade e terminam por enfraquecer o homem – valores que chama de décadence – que leva ao declínio e ao niilismo. Ele repõe o homem – tal como é – de volta ao centro da filosofia. Não a História, não a ética, não um sistema político: ele está em busca de uma filosofia antropocêntrica.

Referências

[1] NIETZSCHE, Friedrich. O Anticristo: maldição contra o cristianismo. Porto Alegre: L&PM, 2012. p. 18.

1 Comentários

  1. Es muy interesante el artículo, porque generalmente se suele “clasificar” (como en zoología) al pensamiento de Nietzchse como un pensamiento ANTIHUMANISTA, y esto puede dar lugar a confusiones respecto al verdadero sentido de su labor filosófica.

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