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Introdução
Há inúmeras maneiras de controlar uma população sob o critério da propulsão à vida e do descaso à morte. O biopoder, conceituado por Michel Foucault, é um tipo de estratégia de poder que traduz uma necessidade: a manutenção de um corpo social normalizado que se fortalece em sua normalidade por meio da morte dos anormais.
É evidente que a distinção entre o normal e o anormal é arbitrária: é feita através de medidas estatísticas e da base biológica de que somos todos humanos e, portanto, uma ação política afeta o ser humano enquanto corpo-espécie, enquanto conjunto homogêneo.
Sueli Carneiro explora a prática do biopoder sobre o corpo das mulheres negras em sua tese de doutorado A construção do outro como não-ser como fundamento do ser (2005).