Índice
Introdução
A produção de conhecimento é ligada diretamente à própria vida local dos produtores de conhecimento. Este princípio materialista de entendimento do próprio conhecimento como aquilo que é produzido e não simplesmente descoberta revela uma preocupação que se situa, utilizando o vocabulário de Michel Foucault, no nível do saber do poder.
Uma preocupação com a universalização do conhecimento local que, na prática, funciona enquanto dominação. Uma dominação no nível do saber, da própria legitimidade da produção do conhecimento vinda majoritariamente dos países do norte global; uma dominação no nível do poder, em que a estrutura universitária produz intelectuais experts na reprodução do conhecimento fabricado pelo norte. Esta mesma estrutura tende a dificultar a validação dos conhecimentos produzidos localmente.
O objetivo deste artigo é expor uma visão inicial sobre a pesquisa participante enquanto ferramenta de emancipação e criação coletiva de conhecimento com base no livro Pesquia participativa, emancipação e (des)colonialidade de Danilo Streck e Talmo Adams.