O método de Deleuze rejeita o recurso às mediações. É por isso que ele é essencialmente antidialético. A mediação é exemplarmente uma categoria. Ele nos propõe a produção imanente sem a mediação. Deleuze nos provoca com idéias de pensar e de criar conceitos, como dispositivos, ferramentas, algo que é inventado, criado, produzido, a partir das condições dadas e que opera no âmbito mesmo destas condições.[a]
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Biografia
Gilles Deleuze foi um renomado escritor e filósofo francês anti-racionalista, nascido em 18 de Janeiro de 1925, em sua residência de vida Paris. Seu pai era engenheiro e também serviu na Primeira Guerra Mundial. Seu irmão esteve envolvido na resistência alemã durante a ocupação na França e foi capturado e morto.
Antes da guerra, Gilles frequentou a escola pública. Quando a guerra estourou, Gilles estava de férias na Normandia, e após a invasão alemã da França, decidiu-se que Gilles ficaria na Normandia e continuaria sua educação lá. Ele viveu na Normandia por um ano, onde experimentou o primeiro impacto positivo em sua aprendizagem acadêmica: seu professor o influenciou a estudar os trabalhos de Gide e Baudelaire.
Ele retornou a Paris e se matriculou no Lycee Carnot. Mais tarde estudou no Henri IV, onde fez o seu Kagne, um ano de educação para estudantes brilhantes. Em 1944, frequentou a Sorbonne, onde estudou filosofia, e em 1948 assumiu o cargo de professor de filosofia em várias escolas em Paris. Em 1953, ele escreveu e publicou seu primeiro livro, “Empirismo e Subjetividade, sobre David Hume“. Em 1957, ele assumiu o cargo de professor de história da filosofia na Sorbonne. Deixou a Sorbonne em 1960, ao receber a indicação de um pesquisador no Centro Nacional de Pesquisa Científica e ocupou esse cargo nos quatro anos seguintes. Enquanto isso, Deleuze também teve vários empregos de assistente de ensino em várias universidades.
Em 1962, ele publicou seu livro influente, “Nietzsche E A Filosofia“. Durante esse período, ele iniciou uma amizade para toda a vida com Michel Foucault, após Foucault solicitar que Deleuze fosse indicado para um cargo na Universidade de Clermont-Ferrand.
Em 1964, Gilles aceitou um cargo de professor na Universidade de Lyon, e em 1969, com a ajuda de Foucault, conseguiu assegurar uma posição como professor de filosofia no Vincennes. Em 1968, Deleuze publicou sua tese de doutorado, consistindo de uma tese principal Diferença e Repetição, onde ele explorou a natureza do pensamento, da identidade e do tempo, e uma tese menor, sobre Spinoza e os problemas da expressão (Espinosa e o Problema da Expressão). No mesmo ano, Gilles foi infectado com uma doença pulmonar que atormentaria seu corpo pelo resto de sua vida.
Em 1969, Giles assegurou uma posição de professor na Universidade Experimental de Paris VII, ele ensinou lá até sua aposentadoria em 1987. Ele conheceu seu futuro parceiro e colaborador literário, Felix Guattari, em Paris VII. Juntos, eles escreveram e publicaram uma série de influentes textos literários, como os dois volumes de Capitalismo e Esquizofrenia, Anti-Édipo e Mil Platôs. Esses textos forneceram uma reflexão sobre as tensões políticas em torno da França durante maio de 1968. Deleuze foi voz ativa em várias questões políticas ao longo de sua vida, ele estava particularmente preocupado com os direitos dos homossexuais e do movimento de libertação da Palestina.
Gilles também foi membro do Groupe d’information sur les prisons (GIP), uma organização fundada por Foucault. Após a morte de Foucault em 1984, Gilles escreveu e dedicou um livro ao estudo de seu trabalho para homenagear as contribuições do filósofo, o livro “Foucault” foi publicado em 1986.
Giles Deleuze fez numerosas contribuições literárias, algumas de suas obras foram dedicadas a honrar o trabalho de outros praticantes, enquanto algumas outras obras foram baseadas em filósofos como Hume, Kant, Spinoza, Nietzsche, Bergson e Foucault.
Algumas de suas publicações mais notáveis incluem , O Movimento-Imagem, O Tempo-Imagem, Francis Bacon: Lógica da Sensação, Proust e os Signos, Sacher-Masoch: o frio e o cruel, e Kafka: Para uma Literatura Menor entre outros. Ele também escreveu textos sobre autores famosos como F. Scott Fizgerald, Herman Melville, Samuel Beckett, Antonin Artaud, Heinrich von Kleist e Fiodor Dostoyevsky, que fornecem relatos de encontros filosóficos com produções artísticas. O último trabalho de Gilles, Imanência: Uma vida… foi publicado alguns meses antes de sua morte, consistindo de uma coletânea de ensaios chamados de “Ensaios Críticos e Clínicos”. A doença pulmonar de Deleuze tornou-se insuportável, ele foi receitado para o confinamento que o tornou incapaz de escrever. Em 4 de novembro de 1995, Gilles Deleuze se suicidou.
Anti-Édipo e outras reflexões
O documento abaixo corresponde à primeira parte de uma aula intitulada “Anti-oedipe et autres reflexions” (O Anti-Édipo e outras Reflexões), ministrada por Gilles Deleuze, de maio a junho de 1980, em Vincennes.
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Gilles Deleuze: resumo
| Nome: | Gilles Deleuze. |
| Nascimento: | 18/01 de 1925, Paris, França. |
| Morte: | 04/11 de 1995, Paris, França. |
| Nacionalidade: | Francês. |
| Campo de atuação: | Filosofia e pós-estruturalismo. |
| Formação: | Universidade de Paris – Sorbonne (1944 – 1948). |
| Magnum opus: | Mil Platôs, escrito com Félix Guattari em 1980. |
Notas
[a] Corpo, Arte e Clínica. Deleuze. UFRGS. Disponível em: <<http://bit.ly/2NV7JBH>>. Acesso em 14 jul 2019.
Referências
PROTEVI, John. Gilles Deleuze. Stanford Encyclopedia of Philosophy. Disponível em: <<https://stanford.io/2Sd93OV>>. Acesso em 14 jul 2019.
WOLIN, Richard. Gilles Deleuze. Enciclopaedia Britannica. Disponível em: <<http://bit.ly/2JywEGQ>>. Acesso em 14 jul 2019.
Famous Philosophers. Gilles Deleuze. Disponível em: <<http://bit.ly/2lbXY42>>. Acesso em 14 jul 2019.
