O fanatismo: ideias transformadas em deuses

“Breviário de decomposição”, primeira obra em francês do filósofo romeno publicada em 1949, inicia-se com os ensaios “Genealogia do fanatismo” e “O antiprofeta”, nos quais Cioran denuncia uma necessidade de ficção inerente ao homem e que alcança todos os âmbitos de sua vida, para além do religioso, assim como a necessidade do homem de tornar-se fonte de acontecimentos.

“A tirania das organizações sem estrutura” – Resenha

Em “A tirania das organizações sem estrutura”, artigo de 1970 escrito por Jo Freeman, a autora pretende analisar e propor soluções para alguns problemas que surgiram no seio do movimento feminista da época, no qual predominavam os grupos ditos “sem estrutura”, termo que ela contestará.

Por que, em Ética, a tolerância não basta

O relativismo cultural, cujo conteúdo afirma que, uma vez que cada cultura tem seu próprio código ético, a Ética não pode ter fundamentos objetivos e, consequentemente, não pode ser universal, é hoje oficial e institucionalizado. Talvez por isso o espaço para debatê-lo é pequeno, e aos indivíduos de cada nação cabe apenas aceitar os valores…

Veganismo: política ou prática?

Texto originalmente publicado no blog Species and Class Por Kevin Watkinson Recentemente, um aparente conflito surgiu entre a filosofia percebida, a política e a prática do veganismo. Há aqueles que acreditam que é preciso promover uma forma liberal do veganismo, minimizando o contexto político e enfatizando o “consumo vegano”ou uma “integração”, onde qualquer um possa…

Pornografia e prostituição: Quando o sexo não é emancipatório (pt 2)

A prostituição têm sido frequentemente analisada dentro de uma perspectiva liberal de “escolha”, em que as mulheres prostituídas, sendo donas de seus corpos, têm o direito de vendê-los, exercendo um “trabalho como qualquer outro”. Ela também tem sido naturalizada na medida em que essa mercantilização de corpos – histórica e majoritariamente femininos – é desvinculada das relações de dominação de gênero, de seu papel dentro do patriarcado.

Pornografia e prostituição: quando o sexo não é emancipatório

Pensar a pornografia e a prostituição geralmente remete a (…) onde o que conta é unicamente a representação. No entanto, dissociá-las de sua função histórica e desprovê-las de seu caráter ideológico de dominação e hierarquia é um erro, ainda que sua problematização deva ser feita através de uma abordagem libertadora e não conservadora.