Embora a opção por seguir uma doutrina oriental seja apenas mais uma face de nossa avidez pelo absoluto, Emil Cioran vê, no taoísmo, o ideal de sabedoria e libertação dos sofrimentos que decorrem da lucidez, sem contudo aderir a ele. O autor reconhece: trata-se de um ideal inatingível, já que é contrário à nossa natureza.…
Categoria: Emil Cioran
Emil Cioran nasceu em 8 de abril de 1911, em Rasinari, uma aldeia nas montanhas dos Cárpatos, na Romênia. Filho de um sacerdote ortodoxo, o filósofo se dizia “obcecado pelo pior”.
Formou-se em filosofia em 1932, em Bucareste. Publicou no ano seguinte seu primeiro livro, “No Cume do Desespero”. Escrita aos 22 anos, a obra é, segundo Cioran, “uma espécie de testamento”, porque o filósofo pensava em se suicidar durante suas noites de insônia.
Seguiram-se “Livro dos Enganos” (1935) e “Sobre Lágrimas e Santos” (1937).
Cioran se considerava um discípulo do argentino Jorge Luis Borges e dizia que o aforismo (uma máxima, uma sentença moral breve) era um “fogo sem chama”.
“Desconfiem do rancor dos solitários que dão as costas ao amor, à ambição, à solidão. Um dia se vingarão por terem renunciado a tudo isso”, diz um de seus famosos aforismos.
Livros de Emil Cioran
- Nos Cumes do Desespero;
- O Livro das Ilusões;
- Breviário de Decomposição;
- Silogismos da Amargura;
- História e Utopia;
- Exercícios de Admiração;
- Antologia do Retrato: de Saint Simon a Tocqueville.
Veja abaixo todos os artigos sobre Emil Cioran no Colunas Tortas!
Silogismos da Amargura, de Emil Cioran
Nessas meditações sobre morte e existência, Cioran nos mostra as suas várias facetas da maneira mais concisa já atingida em sua obra.
O fazer filosófico de Emil Cioran
Numa existência continua e ininterrupta de flagelo, a arte (especialmente a música) causa uma experiência humana concentrada no páthos do indivíduo, e este torna a vida menos insuportável – assim, a arte adquire um caráter quase divino.
A Vontade e a crítica às utopias – Emil Cioran
Para Emil Cioran, a angústia surge da consciência do que significa “querer” e da dupla impossibilidade tanto de afirmar como de negar a vontade. As utopias, por sua vez, são a expressão por excelência do caráter da vontade, sendo elas uma instância última da história que se pretende, sem perspectiva de êxito, alcançar.
A crítica à tradição filosófica: o pensamento orgânico de Cioran
Em sua obra, o pensador franco-romeno Emil Cioran, que leu os moralistas franceses, filósofos alemães como Hegel, Kant, Nietzsche, Schopenhauer, entre muitos outros, escreve, em seu tom sempre lírico, sobre a inanidade da filosofia. Em última instância, o exercício filosófico seria ineficaz em seu objetivo, qual seja: o de elucidar e conhecer, de modo a fazer cessar a aflição que há frente ao desconhecido.
O fanatismo: ideias transformadas em deuses
“Breviário de decomposição”, primeira obra em francês do filósofo romeno publicada em 1949, inicia-se com os ensaios “Genealogia do fanatismo” e “O antiprofeta”, nos quais Cioran denuncia uma necessidade de ficção inerente ao homem e que alcança todos os âmbitos de sua vida, para além do religioso, assim como a necessidade do homem de tornar-se fonte de acontecimentos.
A difícil tarefa de perceber o outro
“Pessoas tratam outras como objetos” (…) Como Cioran observa este fenômeno? Clique e veja!