Índice
- Introdução;
- O Materialismo Histórico Dialético;
- As Relações de Produção e a Luta de Classes;
- Marxismo: ideologia e alienação;
- A Revolução e a Construção do Socialismo;
- O Comunismo;
- Críticas e Desenvolvimentos do Marxismo;
- O Marxismo no Século XXI;
- Conclusão;
- As Influências do Marxismo na Sociologia;
- As Influências do Marxismo na Economia;
- As Influências do Marxismo na Filosofia.
Introdução
O marxismo, uma corrente teórica e política de grande influência no século XX, constitui um método de análise socioeconômica que se concentra nas relações de classe e no conflito social. Fundamentado nos escritos de Karl Marx e Friedrich Engels, o marxismo busca compreender as leis do desenvolvimento histórico e social, propondo uma visão materialista da história e uma crítica contundente ao capitalismo.
De facto, as ideias básicas do marxismo são extremamente simples. Permitem compreender, como nenhuma outra teoria, a sociedade em que vivemos. Explicam as crises econômicas, porque há tanta pobreza em meio de tanta riqueza, os golpes de estado e as ditaduras militares, porque as maravilhosas inovações tecnológicas levam milhões de pessoas para o desemprego, porque as “democracias” toleram os torturadores (HARMAN, 1979, s.p.).
O Materialismo Histórico Dialético
Uma das bases teóricas do marxismo é o materialismo histórico dialético. Essa metodologia concebe a história como um processo dinâmico e contraditório, impulsionado pelas relações de produção e pelas lutas de classe. Para Marx e Engels, a matéria e a produção material são os elementos primários da realidade social, moldando as instituições, as ideias e as consciências humanas.
A dialética, por sua vez, refere-se ao movimento contraditório e transformador da realidade. As contradições sociais, inerentes ao modo de produção capitalista, geram tensões e conflitos que, ao se intensificarem, levam à transformação social. A luta de classes, entre a burguesia (classe proprietária dos meios de produção) e o proletariado (classe trabalhadora), é a expressão máxima dessas contradições.
Aprofundando e desenvolvendo o materialismo filosófico, Marx levou-o até ao fim e estendeu-o do conhecimento da natureza até o conhecimento da sociedade humana. O materialismo histórico de Marx é uma conquista formidável do pensamento científico. Ao caos e à arbitrariedade que até então imperavam nas concepções da história e da política, sucedeu uma teoria científica notavelmente integral e harmoniosa, que mostra como, em consequência do crescimento das forças produtivas, desenvolve-se de uma forma de vida social uma outra mais elevada, como, por exemplo, o capitalismo nasce do feudalismo.
Assim, como o conhecimento do homem reflecte a natureza que existe independentemente dele, isto é, a matéria em desenvolvimento, também o conhecimento social do homem (ou seja: as diversas opiniões e doutrinas filosóficas, religiosas, políticas, etc.) reflecte o regime económico da sociedade. As instituições políticas são a superstrutura que se ergue sobre a base económica. Assim, vemos, por exemplo, como as diversas formas políticas dos Estados europeus modernos servem para reforçar a dominação da burguesia sobre o proletariado (LENIN, 1913, s.p.).
As Relações de Produção e a Luta de Classes
No centro da análise marxista estão as relações de produção, ou seja, a forma como os homens organizam a produção e a distribuição dos bens materiais. Cada modo de produção (escravista, feudal, capitalista) gera relações sociais específicas e uma estrutura de classes determinada.
Para Marx, a história da sociedade é a história da luta de classes. As diferentes classes sociais possuem interesses antagônicos, o que gera conflitos e transformações sociais. No capitalismo, a exploração da classe trabalhadora pela burguesia é a principal fonte de contradição e motor da mudança histórica.
A sociedade moderna se divide em dois grandes campos, cada um dos quais se organiza em classe à parte; a luta de classes que lavra entre elas se aprofunda e intensifica-se dia a dia e em torno desses dois campos reúnem-se todos os outros grupos.
Marx dizia que toda luta de classes é uma luta política. Isso significa que se hoje os proletários e os capitalistas travam entre si uma luta econômica, amanhã serão obrigados também a travar a luta política e a defender assim com uma luta dupla seus interesses de classe. Os capitalistas têm os seus interesses particulares de corporação. Suas organizações econômicas existem precisamente para salvaguardar esses interesses. Mas além dos interesses particulares de corporação eles têm também interesses gerais de classe, que consistem no fortalecimento do capitalismo. E, justamente por causa desses interesses gerais, têm necessidade da luta política e de um partido político (STÁLIN, 1906, s.p.).
Marxismo: ideologia e alienação
No capitalismo, o trabalho, que deveria ser fonte de realização para o ser humano, torna-se uma atividade alienante. O trabalhador é separado dos frutos de seu trabalho e dos meios de produção, reduzindo-se a um mero apêndice da máquina. Essa alienação gera um sentimento de estranhamento e desumanização.
A ideologia, para Marx, é um conjunto de ideias que mascaram as relações de poder e os interesses da classe dominante. A burguesia utiliza a ideologia para legitimar sua dominação e para impedir a consciência de classe do proletariado. A religião, a filosofia e a política são exemplos de instrumentos ideológicos utilizados para manter a ordem social existente.
Apresenta-se uma determinada sociedade (a burguesa) como se fosse “a” sociedade; uma forma particular de produzir bens (a forma mercantil capitalista) como “a” economia; uma forma particular de família (a família mononuclear burguesa) como “a” família; uma forma particular de Estado, Estado burguês, como uma hipotética esfera ético-política universal, cuja substância são os interesses particulares que constituem a sociedade civil burguesa. No quadro de uma ideologia, os valores são sempre apresentados como universais; precisa ser assim apresentados, mas o que determina sua universalidade não é a validade ou coerência em si mesma deste ou daquele valor, mas da relação concreta da qual ele se origina. Não é possível o fenômeno ideológico sem a cisão entre o interesse particular e o genérico, mas essa cisão é, como vimos, historicamente determinada e se funda numa particular divisão social do trabalho. […] Os interesses burgueses e os valores que a eles correspondem são “universais” porque as relações sociais de produção burguesas são universalmente determinantes. (IASI, 2017, pp. 109-110)
A Revolução e a Construção do Socialismo
A revolução socialista, para Marx, é a única saída para superar as contradições do capitalismo e construir uma sociedade mais justa e igualitária. A classe operária, como força revolucionária, deve tomar o poder político e instaurar uma ditadura do proletariado.
O socialismo, segundo a visão marxista, é uma fase de transição entre o capitalismo e o comunismo. No socialismo, os meios de produção são socializados, a exploração do homem pelo homem é eliminada e a sociedade se organiza de forma mais democrática e igualitária.
A revolução não é o convite para um jantar, a composição duma obra literária, a pintura dum quadro ou a confeção dum bordado; ela não pode ser assim tão refinada, calma e delicada, tão branda, tão afável e cortês, comedida e generosa. A revolução é uma insurreição, é um ato de violência pelo qual uma classe derruba outra (TSÉ-TUNG, 1927).
O Comunismo
O comunismo é a sociedade ideal, sem classes sociais, sem Estado e sem exploração. Nessa sociedade, a abundância material permite que cada um contribua de acordo com suas capacidades e receba de acordo com suas necessidades. O comunismo representa a superação da alienação e a realização plena do potencial humano.
Na sociedade comunista não haverá classes. E, não havendo classes, não haverá mais Estado. O Estado não tem nenhuma utilidade, pois não há aí luta de classes, aí não existe ninguém que precise de freio, nem tão pouco alguém para segurar o freio.
— Mas como — perguntarão — poderá funcionar, sem direção nenhuma, uma organização tão formidável? Quem elaborará o plano da produção social? Quem repartirá as forças operárias? Quem calculará as receitas e as despesas comuns? Em resumo, quem velará pela manutenção da ordem?
A resposta não é difícil. A direção central caberá a diversas repartições de contabilidade e de estatística. Aí é que, dia a dia, serão calculadas as contas de toda a produção e de todas as suas necessidades; aí é que se indicará onde se deverá aumentar ou diminuir o número de operários e quanto é preciso trabalhar (BUKHARIN, PREOBRAZHENSKY, 2022, s.p.).
Críticas e Desenvolvimentos do Marxismo
O marxismo tem sido alvo de diversas críticas ao longo de sua história. Seus críticos apontam, entre outros aspectos, o determinismo econômico, a visão utópica do comunismo e a dificuldade de aplicar suas ideias a realidades sociais complexas.
Apesar das críticas, o marxismo continua sendo uma das correntes teóricas mais influentes do pensamento social. Suas ideias foram adaptadas e desenvolvidas por diversos pensadores, dando origem a uma variedade de correntes marxistas, como o marxismo humanista, o marxismo cultural e o marxismo feminista.
O reconhecimento da primazia dos fatores objetivos na longa duração, que, na História, corresponde à centralidade das causalidades econômicas, não é casual. Antes do marxismo, a necessidade do socialismo estava fundamentada em uma ruptura moral e ética com a desigualdade social. O esforço científico de Marx foi tentar demonstrar que a crise do capitalismo estava, objetivamente, inscrita dentro das contradições incontornáveis do sistema. Crises econômicas podem, porém, ter as mais variadas soluções, e a saída anticapitalista seria somente uma delas (ARCARY, 2004, p. 150).
O Marxismo no Século XXI
No século XXI, o marxismo continua a ser uma ferramenta importante para analisar as desigualdades sociais, a exploração e as crises do capitalismo. As ideias de Marx e Engels são utilizadas por diversos movimentos sociais, sindicatos e partidos políticos em todo o mundo.
No entanto, o marxismo precisa ser constantemente atualizado e adaptado às novas realidades sociais. A globalização, a digitalização e as novas formas de trabalho exigem uma reinterpretação das categorias marxistas e uma reflexão sobre os desafios do século XXI.
Conclusão
O marxismo é uma teoria complexa e abrangente que oferece uma análise crítica do capitalismo e uma visão alternativa de organização social. Embora tenha sido alvo de diversas críticas, suas ideias continuam a ser relevantes para compreender a sociedade contemporânea e a construir um futuro mais justo e igualitário.
As Influências do Marxismo na Sociologia
O marxismo exerceu uma profunda influência na sociologia, moldando a forma como os sociólogos entendem a sociedade, as relações sociais e as mudanças históricas. A principal contribuição de Marx e Engels para a sociologia reside na sua análise das relações sociais sob a ótica da luta de classes e das relações de produção.
Principais Influências
- Materialismo Histórico Dialético: A concepção marxista de que a história é um processo de transformação constante, impulsionado por contradições materiais e pela luta de classes, forneceu um poderoso arcabouço teórico para a análise sociológica.
- Análise de Classe: Marx e Engels centralizaram a análise social na questão das classes sociais e na luta por poder entre elas. Essa perspectiva permitiu aos sociólogos compreender as desigualdades sociais, os conflitos e as dinâmicas de poder nas sociedades.
- Relações de Produção: A ênfase nas relações de produção como base da organização social permitiu aos sociólogos analisar como as diferentes formas de produção moldam as instituições, a cultura e a consciência das pessoas.
- Alienação e Ideologia: A noção de alienação e a análise da ideologia como mecanismo de dominação foram fundamentais para compreender como as ideias são utilizadas para legitimar o poder e as desigualdades sociais.
- Mudança Social e Revolução: A ideia de que a mudança social é um processo histórico e inevitável, impulsionado pelas contradições sociais, influenciou profundamente as teorias sociológicas sobre a transformação social e a revolução.
Legado do Marxismo na Sociologia
- Sociologia do Conflito: A perspectiva marxista deu origem à sociologia do conflito, que enfatiza as desigualdades sociais e os conflitos como forças motrizes da mudança social.
- Sociologia Econômica: A análise marxista das relações entre economia e sociedade influenciou o desenvolvimento da sociologia econômica, que estuda as relações entre os processos econômicos e as instituições sociais.
- Sociologia Política: A teoria marxista sobre o Estado e o poder político influenciou a sociologia política, que analisa as relações de poder e as lutas políticas nas sociedades.
- Sociologia da Cultura: A análise marxista da ideologia e da cultura influenciou a sociologia da cultura, que estuda como a cultura é produzida e como ela influencia as relações sociais.
Que relação existe entre a teoria marxista e a sociologia? Se pensarmos na “sociologia” que começa com Comte e que a ele deve o seu nome enquanto disciplina especializada no seio das ciências já formadas, teremos de afirmar que a relação existente se baseia apenas em estranheza e oposição. Nem Marx nem Engels deram qualquer importância à designação e ao objeto designado. Quando Marx mais tarde, trinta anos após a publicação de Cours de Philosophie Positive, de Comte, se vê forçado a entrar em contato com a obra, “[…] já que os ingleses e os franceses não paravam de falar nela”, acaba por se referir ao “positivismo” e ao “comtismo” como algo em relação ao qual, “[…] enquanto homem de partido, só pode ter uma atitude absolutamente hostil” e, “enquanto homem da ciência, uma opinião bastante depreciativa”. De um ponto de vista teórico e histórico, a recusa de Marx é mais do que legítima. Com efeito, a teoria de Marx não tem nada a ver com aquela “sociologia” dos séculos XIX e XX, fundada por Comte e disseminada por Mill e Spencer. Mais correto seria entender a “sociologia”, pelo contrário, como oposição ao socialismo moderno. Na realidade, é apenas sob esta perspectiva, e não obstante todas as diferenças e disparidades que subsistem, que se torna possível conceber como fenômeno homogêneo as múltiplas tendências teóricas e práticas que ao longo do último século têm marcado esta ciência (KORSCH, 2018).
Críticas e Desenvolvimentos
Apesar de sua grande influência, o marxismo também foi alvo de críticas. Alguns sociólogos argumentam que o marxismo é excessivamente determinista, ou seja, que superestima o papel da economia na determinação da sociedade. Outros criticam a visão linear e teleológica da história presente no marxismo.
Ao longo do tempo, o marxismo foi adaptado e desenvolvido por diferentes sociólogos, dando origem a diversas correntes teóricas, como a sociologia marxista neomarxista, a sociologia crítica e a sociologia cultural.
Em resumo, o marxismo deixou um legado duradouro na sociologia, fornecendo um conjunto de ferramentas analíticas poderosas para compreender as desigualdades sociais, os conflitos e as mudanças históricas. Embora tenha sido objeto de críticas e desenvolvimentos, o marxismo continua sendo uma das principais perspectivas teóricas da sociologia contemporânea.
As Influências do Marxismo na Economia
O marxismo exerceu uma profunda influência na economia, oferecendo uma análise crítica do capitalismo e propondo uma visão alternativa de organização econômica. As ideias de Karl Marx e Friedrich Engels continuam a ser debatidas e aplicadas em diversas áreas da economia, mesmo mais de um século após suas publicações.
Principais Influências
- Valor Trabalho: Marx argumentou que o valor de um bem ou serviço é determinado pela quantidade de trabalho socialmente necessário para produzi-lo. Essa teoria do valor trabalho contrasta com a teoria do valor utilidade marginal, dominante na economia neoclássica.
- Exploração da Classe Trabalhadora: Marx identificou a exploração da classe trabalhadora como uma característica fundamental do capitalismo. A diferença entre o valor produzido pelo trabalhador e o salário que ele recebe é a mais-valia, que é apropriada pelo capitalista.
- Luta de Classes: A luta de classes entre a burguesia (proprietários dos meios de produção) e o proletariado (trabalhadores) é central na análise marxista da economia. Essa luta é vista como o motor da mudança histórica.
- Crise do Capitalismo: Marx previu a inevitabilidade das crises do capitalismo, causadas pela superprodução e pela queda da taxa de lucro. Essas crises, segundo Marx, levariam à intensificação da luta de classes e, eventualmente, à revolução socialista.
- Planejamento Econômico: O marxismo defende a necessidade de um planejamento econômico centralizado, em oposição ao mercado autoregulado. A ideia é que o Estado deve coordenar a produção e a distribuição de bens e serviços para atender às necessidades da sociedade.
Legado do Marxismo na Economia
- Economia Política: O marxismo revitalizou a economia política, que havia sido marginalizada pela economia neoclássica. A economia política marxista busca compreender as relações sociais e de poder que subjazem aos processos econômicos.
- Economia do Trabalho: A teoria do valor trabalho de Marx continua a influenciar a economia do trabalho, que estuda as relações entre trabalho e capital.
- Economia do Desenvolvimento: O marxismo tem sido utilizado para analisar os processos de desenvolvimento econômico e as desigualdades entre os países.
- Economia Ecológica: O marxismo tem influenciado a economia ecológica, que busca conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação do meio ambiente.
Críticas e Desenvolvimentos
O marxismo também foi alvo de críticas. Alguns economistas argumentam que a teoria do valor trabalho é incompleta e que o mercado é mais eficiente na alocação de recursos do que o planejamento centralizado.
Ao longo do tempo, o marxismo foi adaptado e desenvolvido por diferentes economistas, dando origem a diversas correntes teóricas, como a economia marxista neomarxista, a economia institucionalista e a economia radical.
Em resumo, o marxismo oferece uma perspectiva crítica do capitalismo e uma visão alternativa de organização econômica. Embora tenha sido alvo de críticas, as ideias de Marx continuam a influenciar o pensamento econômico contemporâneo e a inspirar movimentos sociais e políticos em todo o mundo.
As Influências do Marxismo na Filosofia
O marxismo, além de moldar a sociologia e a economia, exerceu uma profunda influência na filosofia, proporcionando novas perspectivas e ferramentas para a análise da realidade social e histórica.
Principais Influências
- Materialismo Histórico Dialético: Uma das maiores contribuições do marxismo para a filosofia é o conceito de materialismo histórico dialético. Essa concepção parte do pressuposto de que a matéria e a produção material são os elementos primários da realidade social, moldando as instituições, as ideias e as consciências humanas. A dialética, por sua vez, refere-se ao movimento contraditório e transformador da realidade, onde as contradições sociais impulsionam a mudança histórica.
- Crítica ao Idealismo: O marxismo representa uma ruptura com as filosofias idealistas, que priorizam as ideias e a consciência como elementos determinantes da realidade. Marx e Engels inverteram essa perspectiva, argumentando que a realidade material é a base para a construção das ideias e das consciências.
- Filosofia da História: O marxismo oferece uma filosofia da história que busca compreender as leis do desenvolvimento histórico e social. Essa filosofia enfatiza a importância da luta de classes e das relações de produção como motores da mudança histórica.
- Crítica da Ideologia: O marxismo desenvolveu uma crítica contundente à ideologia, entendida como um conjunto de ideias que mascaram as relações de poder e os interesses da classe dominante. A ideologia é vista como um instrumento de dominação e de manutenção do status quo.
- Filosofia da Prática: O marxismo enfatiza a importância da práxis, ou seja, a unidade entre teoria e prática. A filosofia não deve ser apenas uma atividade contemplativa, mas sim um instrumento para transformar o mundo.
Legado do Marxismo na Filosofia
- Filosofia da Linguagem: O marxismo influenciou a filosofia da linguagem, especialmente no que diz respeito à análise das relações entre linguagem, poder e ideologia.
- Filosofia Política: O marxismo contribuiu para a filosofia política ao oferecer uma análise crítica do Estado e do poder político, bem como uma visão alternativa de organização social.
- Filosofia da História: A filosofia da história marxista continua a ser uma referência para aqueles que buscam compreender os processos de mudança social e as dinâmicas do poder.
- Ética: O marxismo oferece uma perspectiva ética que enfatiza a justiça social e a emancipação humana.
Críticas e Desenvolvimentos
O marxismo também foi alvo de críticas na filosofia. Alguns filósofos argumentam que o marxismo é excessivamente determinista, ou seja, que superestima o papel da economia na determinação da sociedade. Outros criticam a visão linear e teleológica da história presente no marxismo.
Ao longo do tempo, o marxismo foi adaptado e desenvolvido por diferentes filósofos, dando origem a diversas correntes teóricas, como o marxismo humanista, o marxismo cultural e o marxismo feminista.
Em resumo, o marxismo exerceu uma profunda influência na filosofia, proporcionando novas ferramentas para a análise da realidade social e histórica. A crítica ao idealismo, a ênfase na materialidade e na práxis, e a análise da ideologia são algumas das principais contribuições do marxismo para a filosofia.
Referênicas
ARCARY, V. Seria o marxismo um cientificismo economicista?. Diálogos, DHI/UEM, v. 8, n. 1, p. 149-168, 2004.
BUKHARIN, N. e PREOBRAZHENSKY, E. ABC do Comunismo. Editora: Elita de Medeiros, 2022. Traduzido da edição em inglês publicada pelo Partido Comunista da Grã-Bretanha em 1922, organizada e traduzida por Eden e Cedar Paul.
HARMAN, C. O Que é o Marxismo? Bookmarks Publications, Londres, Maio de 1979. Disponível em <<https://www.marxists.org/portugues/harman/1979/marxismo/index.htm>>.
IASI, M. Alienação e ideologia: a carne real das abstrações ideais. In: IASI, M. Política, Estado e Ideologia na trama conjuntural. São Paulo: Instituto Caio Prado Jr., 2017. p. 85-112.
KORSCH, K. Karl Marx. Antígona, 2018.
LENIN, V. As Três Fontes e as Três partes Constitutivas do Marxismo. Revista Prosvechtchénie n.º3, Março de 1913 IN Obras Escolhidas em seis tomos, Edições “Avante!”, 1977, t.1, pp 35-39. Disponível em <<https://www.marxists.org/portugues/lenin/1913/03/tresfont.htm>>.
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