No debate iniciado em 1989, com a publicação de “The end of the history”, de Francis Fukuyama, que supunha que a queda do Muro de Berlim e o esfacelamento da União Soviética significavam um fim da história tal como Friedrich Hegel havia descrito em 1806, após a Batalha de Jena, o cantor e compositor Gilberto Gil entrou com uma resposta a partir do conceito de “eterno retorno”, de Friedrich Nietzsche e da figura de Virgulino Ferreira da Silva, o “Lampião”, justiceiro pernambucano que, mesmo depois de morto, em 1938, permanece no imaginário popular como “mito que não se destrói”. O personagem em que o cangaceiro se transformou em algumas regiões do Brasil representaria, além do mais, a realização do projeto político do movimento tropicalista, amparado nas particularidades do país e nas suas possibilidades como alternativas e contrapontos ao avanço da civilização ocidental sobre o mundo.