Da série Friedrich Nietzsche.
O sujeito só é o que é por ter vivido o bem e o mal. Não há como fugir desse destino: a vida não é feita só de alegrias. A alegria, por sua vez, depende da tristeza para ter sua validade. Segundo o bigodudo alemão, o forte também precisa do veneno, mas este veneno não tem o mesmo efeito que aflige o fraco,
“Examinai a vida dos homens e dos povos melhores e mais fecundos, e perguntai se uma árvore que deve elevar-se altivamente nos ares pode dispensar o mau tempo e as tempestades; se a hostilidade do exterior, as resistências exteriores, todas as espécies de ódio de inveja, de teimosia, de desconfiança, de dureza, de avidez e de violência não fazem parte das circunstâncias favoráveis sem as quais nada, nem sequer a virtude, poderia crescer grandemente? O veneno que mata as naturezas fracas é um fortificante para as fortes; … e por isso não lhe chamam veneno.” [1]
A dor fortalece, pois a dor também marca o corpo. Um corpo marcado é um corpo experiente, que sabe se virar. Em termos gerais, o forte nasce da sua vontade de potência, mas nunca da redoma de uma vida sem tensões.
A derrota faz parte da trajetória do forte, que não se submete às regras, que insiste na luta, que insiste em impor sua vontade e afirmar a si mesmo.
Referências
[1] NIETZSCHE, Friedrich. Gaia Ciência, São Paulo: Escala, 2008. p.60.
Instagram: @poressechaopradormir
Pós-graduado em sociopsicologia pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo e editor do Colunas Tortas.
Atualmente, com interesse em estudo do biopoder nos textos foucaultianos.
Autor dos e-books:
Fascismo: uma introdução ao que queremos evitar;
Análise do Discurso: Conceitos Fundamentais de Michel Pêcheux;
Foucault e a Arqueologia;
Modernidade Líquida e Zygmunt Bauman.
Penso tipo o Nietzsche desde pequeno so agora percebo
Obrigado pelo comentário, Sandro!
Nem a Europa toda está à altura de entender Ntetzsche, o Brasil nem se fala. É um gênio em todas as letras.