Colonização e racismo – Cida Bento

A colonização e o racismo foram elementos que, em conjunto, estabeleceram uma divisão racial entre aqueles que devem trabalhar manualmente e aqueles que devem trabalhar intelectualmente. Com esta divisão, a própria ciência, que é uma prática inserida historicamente, tratou de fundamentar o racismo exigido pela prática colonial e capitalista. 

Meritocracia e racismo – Cida Bastos

O pacto da branquitude é um elemento estratégico que garante o monopólio das posições de destaque aos brancos numa sociedade racista como a brasileira. Neste pacto, seja conscientemente ou inconscientemente, brancos assumem certa cumplicidade na manutenção de suas posições de destaque e reproduzem o racismo que permite esta desigualdade.

A figura do corno na competição masculina

O homem que não chora é vazio de vulnerabilidade, não por de fato assim o ser, mas por incorporar a necessidade de escondê-la para jogar o jogo da jocosidade, para evitar ser confundido com uma mulher, para tornar seu corpo uma barra maciça de ferro impenetrável pela violência que deverá ser suportada. Assim, cabe ao corno aceitar sua estigmatização e lidar com o fato de que está incluído no circuito de masculinidade justamente pela desonra de sua condição.

O drama da classe média em ascensão – Pierre Bourdieu

Cabe ao pequeno-burguês se adaptar ao novo mundo que quer viver e que, ao mesmo tempo, é impossibilitado pelas relações que firmou com seu antigo mundo. Em todos os pequenos sacrifícios, ele se faz pequeno para tentar ser burguês, sem nenhuma garantia de sucesso e sem rede de apoio.

A sociedade é do consumo, mas as classes sociais não podem consumir

A sociedade do consumo se realiza, no Brasil, a partir da impossibilidade de realização do ato do consumo pela maior parte da população brasileira. Na medida em que a maior parte do assalariado brasileiro está sujeito à satisfação de necessidades básicas, mas imerso no mundo da publicidade, o consumo tende a ser um desejo e formatar uma sociabilidade que, no limite, não permite acesso pleno ao seu próprio núcleo.

Classe social – Pierre Bourdieu

A classe aparece como o resultado de uma relação entre propriedades adquiridas ao longo da vida, entre propriedades relativamente estáveis da classe de origem, entre a relação da capacidade de reproduzi-las na nova classe ou na própria classe, entre os acúmulos de capitais e o trânsito que se tem nos diferentes campos sociais.

A pesquisa participante: o que é? Como funciona?

A emancipação se liga à carne, se expressa na palavra, transforma a subjetividade dos participantes e não só sua cognição. Tomando como exemplo o trabalho de Paulo Freire: não só ensina a ler e escrever, mas constrói, em conjunto com os participantes, a própria histórica local e a memória coletiva por meio da prática da leitura e da escrita, por meio da aproximação que a leitura e a escrita podem ter com a vida política, econômica e cultural. 

Pedoar para seguir em frente. Mas quem segue em frente?

Introdução Nesta semana, Baby do Brasil foi filmada em um culto na balada D-Edge, na Barra Funda em São Paulo, quando pedia para que vítimas de abuso sexual perdoassem seus agressores. A fala da ex-cantora dos Novos Baianos: Perdoa tudo o que tiver no seu coração nesse lugar, perdoa. Se teve abuso sexual, perdoa. Se…

O que significa uma pesquisa ser participante? – Carlos Brandão

Trata-se de uma participação que não se resume ao fornecimento de dados à pesquisa, mantendo a estrutura de pesquisa em que o pesquisador é o protagonista e autor, enquanto os participantes são sujeitos e, ao mesmo tempo, objetos no interior da produção do conhecimento. Nesta mudança participativa, a própria autoria se vê compartilhada, o protagonismo se vê compartilhado e o resultado é fruto da própria ação coletiva sem liderança privilegiada do pesquisador.