O estado de exceção – Giorgio Agamben

O estado de exceção é um dispositivo de estabelecimento do espaço em que o homo sacer tem seu lugar. Este, por sua vez, é o status do abandono. A exceção, assim, é um vazio que preenche a necessidade estrutural da lei de se ausentar em favor de si própria e da manutenção das condições de sua existência.

Comunidade e indivíduos – Zygmunt Bauman

A comunidade, na modernidade líquida, torna-se uma ideia materializada nas instituições que garantem a ordem numa sociedade de alta divisão do trabalho. Ao propor este olhar à modernidade líquida, Bauman entende que as comunidades representam a tentativa brutal de tornar seguro um dia a dia incerto e fluido.

O corpo soberano e o corpo sacro – Giorgio Agamben

Para Giorgio Agamben, há uma divisão no corpo do soberano, sendo um corpo com duas vidas mutuamente ligadas por ele: uma vida natural e uma vida sacra. O autor descreve essa característica do corpo soberano por meio da análise de sepultamentos de imperadores, pela morte de monarcas e pela noção do devoto sobrevivente enquanto sujeito entregue aos deuses mas que não foi morto no campo da batalha.

O poder soberano e o poder do pai – Giorgio Agamben

Para Agamben, o vínculo soberano é originário na constituição da política e se assemelha com o poder do pai no antigo direito romano. Ao estabelecer esta ligação originária, assim como o pai, produz uma vida nua, uma existência particular em que o pai, assim como o magistrado no direito romano, agirá como soberano frente ao filho, no primeiro caso, ou aos cidadãos, no segundo caso. Esta vinculação soberana cria um espaço entre a casa e a cidade de pura insegurança e abandono, despindo o sujeito de qualquer dignidade da vida a não ser que esteja inserido, através dessa exclusão, na política.

Sociedade do consumo – Zygmunt Bauman

A sociedade do consumo é aquela que interpela os indivíduos em sujeitos do consumo e, através deste mecanismo, exclui todos que não conseguem se adequar à tarefa de constituição de si individualmente, solitariamente. O recurso próprio é o único recurso possível de ser utilizado numa sociedade sem referenciais de projeto de sociedade e, acima de tudo, sem um Estado forte o bastante para agir sobre o mercado, não só a partir dos desejos dos agentes do mercado.

Homo sacer – Giorgio Agamben

A sacralidade aparece como a implicação da vida nua, da vida do homo sacer, na ordem jurídico-política. O termo homo sacer é justamente a emergência da relação política originária que é incluída através da exclusão nesta ordem. A vida só é sacra quando presa à exceção soberana, ou seja, quando inserida no contexto político-jurídico de exceção, de inclusão neste contexto através da exclusão de suas possiblidades de assujeitamento pela esfera da política e do direito.

Deus está morto – Nietzsche

A afirmação “Deus está morto” em Nietzsche é a vitória sobre a mentalidade de rebanho, falsa, corrupta e artificial. É por isso que Zaratustra, após o encontro com o velho santo, vai embora sorrindo. “Quando Zaratustra se achou só, assim falou para seu coração: ‘Como será possível? Este velho santo, na sua floresta, ainda não soube que Deus está morto!’.