Os jesuítas e o epistemicídio negro no Brasil – Sueli Carneiro

A Companhia de Jesus aplicou no Brasil um humanismo restrito aos sujeitos legitimados enquanto humanos, detentores de alma. Um humanismo restrito àqueles que não eram negros. Uma bondade cristã limitada às determinações históricas e afundada no racismo próprio das nações colonizadoras.

O epistemicídio negro – Sueli Carneiro

A teoria da dominação e um analítica do poder são elementos que permitem compreender que o racismo está para além da ignorância ou do esclarecimento. É parte da própria estrutura social. O epistemicídio não promove uma concorrência ou uma convivência entre culturas, mas a hegemonia de uma cultura particular que, sozinha enquanto produtora dos critérios de legitimação, se autoproclama superior.

Mulher negra como signo da negligência – Sueli Carneiro

A própria ausência de pesquisas em nível nacional que evidenciem o recorte racial é uma das maneiras de perceber, enquanto manifestação concreta, o racismo estrutural que o biopoder é apoiado e apoia na fabricação do corpo destinado à morte. As mulheres são alvo do descaso das práticas médicas e da invisibilização da falta de pesquisas que tragam dados em nível nacional deste tipo de negligência.

O homem negro como signo da morte – Sueli Carneiro

É possível estabelecer uma relação entre a escravização, o momento pós-abolição de exclusão social de ex-escravizados que nem sequer entraram no fluxo de disciplinarização para entrada no mercado de trabalho e o presente de morte estatisticamente superior de pessoas negras comparadas com pessoas brancas.