Quando estudei medicina, vi um pouco de Canguilhem, mas não entendia o quão profunda poderia ser sua filosofia – precisei começar a pós-graduação em filosofia para compreender sua importância e o livro do Vinicius Siqueira me ajudou demais. Indico este guia para médicos que queiram entender os alicerces de sua profissão e para pesquisadores de filosofia que estejam em busca das bases da epistemologia francesa.
[Marcela Dicoarlo, médica e mestranda em filosofia]
A definição do normal não pode ser monopolizada pelo médico. Sua dinâmica é histórica e é isso que Canguilhem quer nos ensinar.
Para aprender Canguilhem com facilidade, você precisa de um guia introdutório.
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Georges Canguilhem foi um epistemólogo francês, orientador do doutorado de Michel Foucault (sim, a História da Loucura). Ele é conhecido no Brasil por O Normal e o Patológico, em que realiza a história epistemológica do normal e do anormal. E que diferença isso faz?
Canguilhem retirou o sujeito da dolorosa passividade perante seu corpo e o colocou no centro da definição da normalidade.
Conteúdo do e-book:
- História
- Augusto Comte
- Claude Bernard
- Rene Leriche
- As implicações de uma teoria
- Ciências do normal e do patológico
- O normal
- A anomalia e a doença
- O normal e o experimental
- O homem médio – norma e média
- Doença, cura e saúde
- Definindo fisiologia e patologia
- Resumo
- Revisitando 20 anos depois
- O normal
- A normalização
- O erro
- A importância de Canguilhem
- Norma em Canguilhem e Foucault
- Canguilhem como filósofo da emancipação corpórea
Lendo Georges Canguilhem com facilidade
Não é difícil encontrar nestas reflexões de Canguilhem uma certa posição nietzscheana que procura erigir a criação de valores em vontade de afirmação da vida. [Vladimir Safatle, O que é uma normatividade vital?]
O grande objetivo da obra é demonstrar como as noções de normal e patológico foram se formando com o desenvolvimento do discurso médico e, por fim, demonstrar que é o próprio sujeito aquele que deve afirmar estar doente ou não. Quem faz as regras do próprio corpo é o sujeito, não um médico, não uma instituição.
O problema é que O Normal e o Patológico, de Canguilhem, é um livro com capítulos densos, que exigem prévio conhecimento da epistemologia francesa.
- Entenda:
Para compreender esta obra e conseguir combater a visão estreita e passiva que a medicina tem a respeito dos pacientes, é necessário um guia didático e detalhado.
“Lendo Georges Canguilhem: O Normal e o Patológico” é o livro introdutório escrito por Vinicius Siqueira para facilitar sua leitura.
Vinicius é pós-graduado em Sociopsicologia pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo e editor do Colunas Tortas e decidiu escrever o e-book para fornecer o primeiro conteúdo sintetizado e de fácil compreensão sobre o marco da obra de Canguilhem.
Além de ter em seu PC, tablet e celular o único livro introdutório detalhado e dedicado a Georges Canguilhem em português, há também dois artigos para discutir as relações do autor com Foucault e mostrar seu contexto geral.
Começando a ler agora, você vai conseguir entender como o sujeito é o dono de seu corpo na filosofia francesa e ter acesso a uma das maiores influências da análise discursiva foucaultiana.
Georges Canguilhem e a epistemologia
A teoria epistemológica francesa passou por mudanças gradativas na metade do século XX: Bachelard foi entronado como ícone da filosofia das ciências; Georges Canguilhem – seu aluno e nosso protagonista nesta apresentação – levou a frente sua filosofia, unindo a história das ciências com a epistemologia histórica e teve alunos que se tornaram expoentes, como Bourdieu e Foucault.
Canguilhem foi filósofo e médico: fez um caminho diferente dos epistemólogos de sua época.
Era comum, nos anos 30 e 40, o epistemólogo cursar medicina para estudar psicopatologia e tentar trazer a psicologia de volta para a área humana do conhecimento (na época inserida na biologia como uma ciência de condicionamentos). Mas o autor percebeu que poderia estudar outra coisa.
Georges Canguilhem estava preocupado com a fisiologia: como conceber o conceito de vida? E o conceito de normal? A doença depende do doente ou só do médico?
O filósofo francês tem uma noção vitalista da saúde e da doença: a verificação médica depende sempre do sentimento de desconforto do paciente e em toda a história da medicina foi assim: nesta ciência, o phatos precede o logos.
Desta forma, a doença não é uma situação objetivamente analisada pelo médico, ela é uma situação de desconforto e desadequação sentida pelo próprio doente, que não consegue normatizar sua vida, não consegue construir outras regras para viver, pois só vive segundo as regras que a doença permite.
Isso tudo por conta de uma grande característica da vida: viver é estabelecer normas para a vida.
Não é possível viver fora de normas, no entanto, as normas possíveis de se viver são normas socialmente construídas, diz Georges Canguilhem: o normal não é igual em qualquer canto do mundo. Sendo assim, o sonho científico de definir os padrões normais de saúde do humano não pode ser feito com tanta facilidade: variações geográficas, sociais e nutritivas acarretam variações no normal estabelecido.
O e-book explica O Normal e o Patológico de Canguilhem capítulo a capítulo, acompanha o estudo e sintetiza os argumentos do autor. É a melhor maneira de compreender Georges Canguilhem, entender sua sacada sobre a definição do normal ser do sujeito, não do médico, e conhecer as bases para a obra Foucaultiana.
Adquira Lendo Georges Canguilhem: O Normal e o Patológico
Depois de ler este e-book, você vai conseguir pesquisar e escrever sobre a filosofia francesa do século XX (Foucault, Bourdieu, Deleuze, Derrida entre outros).
Georges Canguilhem é a porta de entrada para a heterodoxia francesa, para as análises mais inventivas do século passado – que ecoam vivamente até hoje, como em Judith Butler, Roberto Machado e Antonio Negri.
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O Colunas Tortas é uma proto-revista eletrônica cujo objetivo é promover a divulgação e a popularização de autores de filosofia e sociologia contemporânea, sempre buscando manter um debate de alto nível – e em uma linguagem acessível – com os leitores.
Nietzsche, Foucault, Cioran, Marx, Bourdieu, Deleuze, Bauman: sempre procuramos tratar de autores contemporâneos e seus influenciadores, levando-os para fora da academia, a fim de que possamos pensar melhor o nosso presente e entendê-lo.
Ótimo livro. É necessário haver mais iniciativas como essa.
Super didático!
Valeu!
Vocês deram vida a um dos autores menos explorados da epistemologia francesa.
Estão de parabéns! Ótimo e-book .
Obrigado!
Obrigada por enviar os textos. Estão de parabéns.
Obrigado por nos ler!