Janta Filosófica #60: conjecturas pós-eleições, ou o que nos espera de óbvio

As Jantas Filosóficas acontecem todas as segundas-feiras às 19:30hs no canal do Colunas Tortas.

Da série “Janta Filosófica“.

Em nossa 60ª Janta Filosófica, falamos sobre as possibilidades pós-eleições. Se Lula ganhar, como ficará a instabilidade política brasileira? Se Bolsonaro ganhar, o bolsonarismo ganhará cada vez mais espaço e adiantará uma fascistização no Brasil? Escute e deixe seu comentário!


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Abaixo, a transcrição do início da live:

Boa noite, hoje eu gostaria de iniciar esta Janta Filosófica com um texto de Mauro Iasi para o blog da boitempo cujo nome é A fratura exposta: o Brasil depois das eleições e foi publicado hoje. Ao longo de uma discussão sobre a situação política presente, mesmo com vitória política do Lula, a própria sociedade brasileira se encontra fraturada por três vetores principais:

Três vetores são extremamente preocupantes: o questionamento do resultado eleitoral, o tempo entre o fim do pleito e a posse do novo presidente e a reação de uma malta de apoiadores inconformados que foram fartamente alimentados com mentiras. Todos esses três aspectos se articulam em um personagem: as forças armadas. As forças armadas estão de posse de um relatório sobre as urnas que, segundo as declarações, será apresentado somente após as eleições. Em caso de vitória fascista, as urnas não serão questionadas e, em caso de derrota, provavelmente sim. A imprevisível, mas provável, reação irracional de segmentos de massas apoiadas ou não por esquemas paramilitares e civis armados pode gerar o caos, exigindo uma intervenção decidida de órgãos de segurança que não se sabe se agirão para conter ou acirrar (até pela omissão) as desordens.

Eu vou deixar aqui também a conjectura feita pelo autor acerca da possível vitória de Bolsonaro:

Caso o fascismo vença, pelo enorme e despudorado uso da máquina pública e pela enxurrada de fake news que desfila diante da impotência do TSE, teremos a continuidade da destruição econômica e social do país, o aprofundamento de uma reversão civilizatória e uma agudização da intolerância e da violência. O mais perigoso, no entanto, é que abre-se a possibilidade que aquilo que faltava no processo de fascistização finalmente se apresente. Analisávamos que apesar de um movimento de caráter fascista e uma liderança de extrema direita disposta a caminhar nesta direção, o fascismo exigia a transformação do Estado burguês em um Estado fascista, isto é, um controle direto da extrema-direita fascista de instituições como as forças armadas, polícias, justiça e Parlamento. Um segundo mandato de Bolsonaro abre essa possibilidade, ainda que não haja consenso entre o bloco dominante nesta direção.

Dois caminhos de certa dificuldade para um projeto político que tente ser de esquerda e de certo risco para a própria estabilidade política no país.
Ao mesmo tempo, de maneira tragicômica, ontem foi o dia em que Roberto Jefferson foi preso pela polícia federal após atirar granadas e utilizar um fuzil para atirar contra os agentes. Ele tem uma licença CAC que está suspensa e não poderia ter armas fora de brasília. Ele estava na cidade de Levy Gasparian no Rio de Janeiro. Ele iria ser preso após mandado expedido pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. Bolsonaro, em seguida, tentou desfazer seus laços com Roberto Jefferson afirmando que não tinha nem foto com o ex deputado.

Aqui, entra em jogo um conflito triplo: Bolsonaro e o STF, Alexandre de Moraes e as tendências institucionais de direita, Bolsonaro e o uso da ilegalidade para combater uma suposta ditadura do STF.

O STF como aparelho de repressão de um ou outro político bolsonarista que estaria em chamas pra dizer a verdade nunca revelada, para atuar em prol da verdade moral.

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