FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. Tradução de Luiz Felipe Baeta Neves. 7ª edição: Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008, p. 104-106. O sujeito do enunciado, por Michel Foucault Não é preciso, na verdade, reduzir o sujeito do enunciado aos elementos gramaticais de primeira pessoa que estão presentes no interior da frase: inicialmente, porque o…
Tag: Arqueologia do Saber
Os três problemas da ideologia – Michel Foucault
Para Michel Foucault, o conceito de ideologia tem três problemas que exigem precaução: a ideologia 1) tende a ser utilizada em oposição a uma verdade; 2) tende a ser relacionada a um sujeito do conhecimento e 3) tende a ser determinada por alguma infraestrutura, por uma estrutura econômica. São três pontos que afastam a utilização do conceito nas pesquisas arqueológicas, já que essas tratam do nível discursivo da realidade, da própria organização dos signos que permitem uma existência do critério entre verdadeiro e falso.
A prática discursiva – Michel Foucault
A prática discursiva é aquilo que organiza os elementos que podem ser ditos numa explicação. É aquilo que organiza os signos que são considerados razoáveis para serem falados a respeito de qualquer objeto. É aquilo que permite que um objeto seja um objeto. É anterior à realidade significada, porque é a possibilidade de organizar os signos utilizados e entendidos socialmente.
Episteme, o que é? – Michel Foucault
Não se trata de uma estrutura metafísica, ou de um sistema, mas de um conjunto que se refere aos saberes em sua condição de existência. Um arranjo específico de relações históricas que possibilitam a emergência de discursos científicos interligados seja por proximidade ou por distância, seja por harmonia ou por conflitos.
A mudança e as transformações – Arqueologia do Saber
A arqueologia não lida com o tempo cronológico, não trabalha com sucessões, ela valoriza as rupturas, delineia as formações discursivas e vê na descontinuidade uma forma de encontrar as transformações de um discurso.
Os fatos comparativos – Arqueologia do Saber
Foucault relaciona o discurso com sistemas não discursivos, como eventos políticos e instituições sociais. As comparações da arqueologia foucaultiana servem para mostrar inter-relações entre diferentes formações discursivas e, assim, mostrar uma configuração enunciativa específica e fazer emergir uma região de interpositividade entre diversas formações discursivas.
As contradições – Arqueologia do Saber
… Não importa para a arqueologia resolver as contradições ou reduzi-las ao seu mínimo: ela as descreve conforme suas funções e variações…
O original e o regular – Arqueologia do Saber
Existe originalidade? Foucault, com sua arqueologia, combate a ideia de que é possível haver uma mente criativa que faz se iniciar uma teoria ou um discurso.
Arqueologia e a história das ideias – Arqueologia do Saber
A arqueologia do saber não é uma história das ideias, seu objetivo é a reescrita de um conjunto de obras tendo como base as regras de formação do discurso a qual fazem parte. Sua artimanha é a análise das descontinuidades, da especificidade do discurso.
O a priori histórico e o arquivo – Arqueologia do Saber
Enquanto o a priori histórico é o papel desempenhado pela positividade de um discurso, sua condição de possibilidade total, o arquivo é o sistema geral da formação e da transformação dos enunciados, elemento essencial e horizonte último da análise do discurso foucaultiana.