O escândalo do zoológico já não representa um sofrimento no espírito e uma tentativa de expiação. O campo do escândalo da loucura na Idade Clássica é aquele que o transforma em peça de teatro. A desrazão atrai justamente por seu afastamento do razoável que é um afastamento do humano. Na Idade Clássica, o louco domesticado não é um humano disciplinado, mas um animal adestrado.
Autor: Vinicius Siqueira
O zoológico dos loucos – Michel Foucault
O zoológico dos loucos, assim como o jardim zoológico de nossa época, tem nos furiosos o objeto perfeito de docilização, mas também de pesquisa, da prática da escrita disciplinar, além de ser um local de transações econômicas, de garantia de lucro sobre uma mão-de-obra que não cobra pelos seus serviços. O furioso é entendido como o animal, objeto animado, boneco vazio de alma porém preenchido pela confusão e raiva da desrazão.
As causas distantes da loucura, ou do lunatismo – Michel Foucault
As causas distantes indicavam um conjunto de explicações possíveis, imediatas, mas de antecedência com a loucura. Indicavam uma distância física, uma distância que significava impotência perante a causa. No curso do século XVIII esta significação muda e um conjunto novo de condições emerge. Este conjunto insere o meio como elemento para se compreender o corpo humano e, assim, modifica a noção de causas distantes para aquilo que promove uma relação não só de antecedência, mas um novo sistema de relações causais que insere um novo tipo de corpo no olhar médico.
Janta filosófica excepcional #1: A sociologia da religião em Friedrich Engels
A possibilidade de uma sociologia da religião em Engels se dá através de suas observações sobre o fenômeno religioso em relação às classes sociais e seus interesses, além das relações entre a esfera religiosa e a esfera política. Desta forma, não há espaço para a afirmação utilizada de maneira vulgar e essencialista “a religião é o ópio do povo”.
As causas próximas da loucura – Michel Foucault
Das passagens qualitativas às observações anatômicas e fisiológicas, o entendimento sobre a loucura e sua relação com o corpo e a alma caminhou para a desconsideração paulatina do simbolismo próprio das qualidades para a consideração passível de ser medida das alterações cerebrais. Esta nova estrutura de causalidade linear será determinante na percepção da loucura na formação discursiva da loucura na Idade Clássica.
Loucura – Voltaire
Voltaire. Dicionário Filosófico. Domínio Público, 1764. Verbete: Loucura. Não se trata de reeditar o livro de Erasmo[1], que na atualidade não seria mais do que um lugar comum bastante insípido. Chamamos loucura a essa doença dos órgãos do cérebro que impede um homem de pensar e de agir como os outros[2]. Não podendo gerir seus…
ANÁLISE DO DISCURSO! e a loucura em Foucault! [Newsletter do Colunas Tortas]
Olá, tudo bom? Eu sou o Vinicius Siqueira do Colunas Tortas e durante nossa semana tivemos novos vídeos e novos artigos publicados! Antes de mais nada, neste sábado teremos curso! Teremos mais uma edição do curso Como Entender a Análise do Discurso em Michel Foucault. Clique aqui e já faça sua inscrição! Artigos novos: Corpo,…
Corpo, alma e loucura – Michel Foucault
Aos poucos, o problema da relação entre alma e corpo toma forma no problema indicado por Voltaire: a loucura de fato afetaria a alma? A alma pode ser materialmente observada na afecção dos sentidos? Caberá à medicina o estudo dos fenômenos, a metafísica tratará de estudar as relações profundas entre corpo e alma
Paixão e loucura – Michel Foucault
Foucault investiga o próprio movimento da nova teoria das paixões que dá possibilidade primeira à existência da loucura. Alma e cérebro não estão ligados num caminho retilíneo, mas se relacionam numa confusão entre setores do humano (alma e corpo) que parecem se entender se maneira arbitrária. Assim, o desatino se faz num movimento de irracionalidade que começa no desarranjo da imaginação frente às paixões.
Janta filosófica #28: O bolsonarismo, por Michel Gherman
“O bolsonarismo é nazismo. O bolsonarismo se aproxima do nazismo porque é nazista.” – Michel Gherman