Para Ferdinand de Saussure, o signo linguístico é a união arbitrária entre um significante e um significado. Émile Benveniste revisa este conceito, pois insere a dimensão do necessário à aparente contingência na relação entre estes dois elementos. Tal revisão nasce de seu foco no ponto de vista do locutor e, assim, do signo em uso.
Categoria: Filosofia
A filosofia como conhecemos e como praticamos surgiu no Oriente Médio, na Jônia de Tales de Mileto (hoje Turquia).
Foi uma consequência das investidas do pensamento racional sobre o pensamento mítico.
O Colunas Tortas tem como objetivo levar a discussão da filosofia contemporânea, com autores como Sartre, Foucault, Marx, Pêcheux, Nietzsche e Cioran para o cotidiano de pessoas interessadas em olhar o mundo sob os óculos da crítica e da rebeldia.
Veja abaixo todos os artigos sobre filosofia que o Colunas Tortas tem armazenado:
Linguagem e a realidade – Émile Benveniste
Passa-se pela proposta de Benveniste, com articulações breves com Foucault através do enunciado como função de existência e do discurso como conjunto de enunciados regidos por um mesmo conjunto de regras, até terminar na necessidade do elemento coletivo ao exercício da linguagem e desta última para a constituição da sociedade.
A disciplina e o adestramento – Michel Foucault
A sociedade disciplinar tem dois grandes mecanismos de adestramento de corpos e constituição de individualidades: a vigilância hierárquica e a sanção normalizadora. Quando combinadas, dão luz ao exame, mecanismo largamente espalhado na contemporaneidade. O indivíduo é um tipo social fabricado positivamente pela disciplina e, ao mesmo tempo, é um elemento constituinte de uma representação ideológica da sociedade, uma realidade fabricada pela tecnologia da disciplina e um elemento central na constituição da sociedade de indivíduos.
O exemplo da disciplina na produção – Foucault
O sistema capitalista aproveita fundamentalmente das disciplinas nascentes no período da Revolução Industrial para conformar e tornar cada trabalhador produtivo. As disciplinas, por sua vez, expressam-se no ambiente de trabalho a partir do complexo de vigilância e punição das infrações dos trabalhadores. A partir de processos concomitantes e articulados, o trabalhador do sistema de produção capitalista é assujeitado a sanções e normas que garantem a reprodução das relações de produção.
O ilegalismo popular – Michel Foucault
Até o início do século XIX, os ilegalismos populares existiam como possibilidade de desenvolvimento do sistema capitalista. O fim dos ilegalismos populares tem ligação direta com a eliminação da funcionalidade que tais práticas possibilitavam à nascente sociedade capitalista. Para este fim, o aparato estatal concentrou as funções de penalização e encarceramento, além de criar a noção de delinquente, o criminoso inimigo social, peste que prejudica cada membro da sociedade.
Porquê e para quê, a filosofia? – Vladimir Safatle
Vladimir Safatle e Antônio Abujamra conversam sobre a importância da filosofia, a forma-sujeito e seu resultado no mundo contemporâneo, as políticas de cultura do Brasil e seus limites, e as políticas públicas brasileiras.
O que é fascismo? – Vladimir Safatle
Para Vladimir Safatle, o fascismo é a colonização do desejo anti-institucional pela própria ordem. Um desejo contra as instituições que é liberado como clamor pela mão forte do governo.
Interpretando Hobbes – Foucault
O artigo discute a noção de guerra civil como modelo de guerra de todos contra todos proposto por Thomas Hobbes em Leviatã. Michel Foucault considera que tal noção não comporta os elementos coletivos que se desenvolvem e se movem durante o processo da guerra civil. É necessário rejeitar a ideia hobbesiana de que o estabelecimento de um soberano e seu exercício do poder anulam a guerra em seu espaço de dominação, pois na própria guerra civil há movimentação do poder estabelecido e não estabelecido.
Acontecimento discursivo – Michel Foucault
O acontecimento discursivo é um tipo de acontecimento referente à possibilidade de emergência dos enunciados. Como o acontecimento discursivo compreende um momento anterior ao enunciado, um momento de caracterização das condições de emergência do enunciado, seu espaço de atuação recobre tanto o não discursivo (enquanto articulação) como o discursivo (enquanto condição preliminar).
Três argumentos de José Ortega y Gasset contra a direita brasileira – que o cultua
Através da análise do pensamento de José Ortega y Gasset exposto em A Rebelião das Massas é possível observar incongruência dos argumentos da atual direta brasileira que o coloca como pensador central e dos próprios argumentos do autor em questão. Ortega y Gasset provavelmente seria um dos maiores opositores do slogan que fez parte da campanha vitoriosa de Jair Bolsonaro no ano passado e que hoje é repetido à exaustão por seus apoiadores. Não apenas por considerar qualquer nacionalismo inútil, mas também porque seu grande objetivo em A Rebelião das Massas era mostrar como ele era um fenômeno improdutivo para a Europa da sua época.