O internamento passa a ser a ordem perante a pobreza, já dessacralizada e assistida por instituições seculares. O miserável submisso saberá que o internamento é o melhor para sua vida, será internado de bom grado; o miserável insubmisso, justamente por sua insubmissão, merece o internamento e, mesmo o recusando, deverá ser internado.
Categoria: Filosofia
A filosofia como conhecemos e como praticamos surgiu no Oriente Médio, na Jônia de Tales de Mileto (hoje Turquia).
Foi uma consequência das investidas do pensamento racional sobre o pensamento mítico.
O Colunas Tortas tem como objetivo levar a discussão da filosofia contemporânea, com autores como Sartre, Foucault, Marx, Pêcheux, Nietzsche e Cioran para o cotidiano de pessoas interessadas em olhar o mundo sob os óculos da crítica e da rebeldia.
Veja abaixo todos os artigos sobre filosofia que o Colunas Tortas tem armazenado:
A loucura em John Locke – DROPS #7
Abaixo, excertos relacionados à loucura e retirados do Ensaio acerca do entendimento humano* de John Locke, publicado originalmente em 1689. Para recolhê-los, foram utilizadas as palavras-chave “louc” (para cobrir “louco”, “loucura”, “louca”), “idiot” (para cobrir “idiota”, “idiotia”), “imbec” (para cobrir “imbecil”, “imbecilidade”) e, por fim, “estup” (para cobrir “estúpido”, “estupidez”). Não foram encontrados registros de…
A loucura enquanto recusa ética – Michel Foucault
A razão, enquanto escolha, é a negação de todo desatino do mundo, ou seja, é a constante afirmação de si num mundo razoável, é o recorrente questionamento acerca da verdade. Ao mesmo tempo, a loucura, enquanto também escolha, se coloca como culpa e primeiro passo da expressão do indivíduo louco no mundo. Escolhe-se pela loucura.
A morte do homem em Michel Foucault – DROPS #6
FOUCAULT, Michel. As palavras e as coisas. 8ª edição, São Paulo: Martins Fontes, 1999, p. 535-536. A morte do homem em Michel Foucault É que toda a epistéme moderna – aquela que se formou por volta do fim do século XVIII e serve ainda de solo positivo ao nosso saber, aquela que constituiu o modo…
O louco astrólogo – Michel Foucault
A magia não era mais inscrita no conjunto de técnicas e artes que obtêm sucesso na realidade concreta, no entanto, o século XVII ainda não havia a solidificado como compensação imaginária do fracasso em sua apreensão individual. Se a psiquiatria transformou estes signos mágicos e profanadores em inequívoco sinal de doença, por quase dois séculos ao longo de toda Idade Clássica, ainda transitavam em duas possibilidades: da impiedade e da extravagância, entre o profano e o patológico, justamente na posição de desatino.
Poder: Marx contra Foucault – DROPS #5
Segundo a crítica de Armando Boito Jr., a noção de poder em Michel Foucault representaria algo difuso, descentralizado, desmobilizante e desagregador. Difuso na medida em que nega as localizações estratégicas do poder nas relações de classe, descentralizado na medida em que retira o Estado do centro da análise também retirando o poder de sua centralidade institucional, desmobilizante na medida em que seria fundamento para movimentos que não se centram na conquista do poder de Estado e desagregador na medida em que prejudicaria uma noção coletiva de classe, afunilando as lutas sociais para pautas particularistas.
O aparelho ideológico religioso – Louis Althusser
É possível compreender que o aparelho ideológico religioso não se resume à instituição religiosa, mas compreende uma realidade de relações que reproduzem as relações de produção da formação social vigente a partir da(s) ideologia(s) religiosa(s) existentes. Como qualquer aparelho e principalmente os aparelhos ideológicos, há luta e há possibilidade de transformação sendo que, talvez, a teologia da libertação possa ser localizada num polo de contracorrente nas lutas presentes no aparelho religioso.
Louco, o escandaloso – Michel Foucault
O escândalo do zoológico já não representa um sofrimento no espírito e uma tentativa de expiação. O campo do escândalo da loucura na Idade Clássica é aquele que o transforma em peça de teatro. A desrazão atrai justamente por seu afastamento do razoável que é um afastamento do humano. Na Idade Clássica, o louco domesticado não é um humano disciplinado, mas um animal adestrado.
A genealogia do poder em Michel Foucault – DROPS #4
A criminologia tradicional, positivista, biologicista, pôde ser criticada através justamente da aplicação de uma genealogia do poder, da aplicação do procedimento foucaultiano de análise, de forma que foi possível encontrar o crime num jogo de relações de poder maior que as relações imediatas que se desenrolavam no momento do crime.
Loucura – Voltaire
Voltaire. Dicionário Filosófico. Domínio Público, 1764. Verbete: Loucura. Não se trata de reeditar o livro de Erasmo[1], que na atualidade não seria mais do que um lugar comum bastante insípido. Chamamos loucura a essa doença dos órgãos do cérebro que impede um homem de pensar e de agir como os outros[2]. Não podendo gerir seus…