O ministro em Michel Foucault – DROPS #41

Da série “Biopoder“. Bom, da última vez, falei um pouco do pastorado e da especificidade do pastorado. Por que lhes falei disso e tão longamente? Digamos que por duas razões. A primeira foi para procurar lhes mostrar – o que na certa não lhes passou despercebido – que não existe moral judaico cristã*; [a moral…

Nestes espaços, o tempo tem outro ciclo – Michel Foucault

Michel Foucault estabelece duas categorias para as heterotopias em relação ao tempo: há aquelas que são “do tempo” e há as que são “de passagem”. As primeiras são ligadas ao acúmulo de tempo por meios físicos, como as bibliotecas e os museus, já as segundas se referem a um tempo que acumula experiência, mas termina rapidamente, gerando modificações rápidas no sujeito por lhe injetar experiência inesperadamente.

Um lugar real, vários espaços incompatíveis – Michel Foucault

O terceiro princípio da heterotopologia de Michel Foucault está relacionado à convivência entre elementos estranhos entre si, elementos de natureza diversa. Reunidos, formam um espaço diferente, que tenta reproduzir uma situação ideal, mas no campo do real.

A heterotopia das colônias, por Michel Foucault – DROPS #39

Da série “As heterotopias“. [As heterotopias] são a contestação de todos os outros espaços, uma contestação que pode ser exercida de duas maneiras: ou como nas casas de tolerância de que Aragon falava, criando uma ilusão que denuncia todo o resto da realidade como ilusão, ou, ao contrário, criando outro espaço real tão perfeito, tão…

São espaços que funcionam de maneira diferente – Michel Foucault

As heterotopias não são estrutura fixas e, sendo contraespaços, também assumem novas formas nos mesmos lugares físicos ou através dos mesmos rituais que, ao longo do tempo ou de lugar em lugar, tendem a se modificar simbolicamente e concretamente. São espaços que morrem e nascem a depender das condições entre relações de poder e tipos de saber de um dado período num espaço determinado.

Lugares que sempre existiram e existirão – Michel Foucault

Não há unidade possível às heterotopias, mas só a dispersão de um contraespaço, ou seja, a dispersão do irreconhecível, do irrepresentável, do outro lugar que existe, que é concreto, que existe na realidade portanto, mas que é preenchido por um conteúdo utópico, irreal, inalcançável.

Os seis princípios da heterotopologia, por Michel Foucault – DROPS #38

Da série “As heterotopias“. FOUCAULT, Michel. O corpo utópico / As heterotopias. Tradução de Salma Tannus Muchail. 1ª edição, São Paulo: N-1 edições, 2013, p. 21-29.  A sociedade adulta organizou, e muito antes das crianças, seus próprios contraespaços, suas utopias situadas, esses lugares reais fora de todos os lugares. Há, por exemplo, os jardins, os…

Episteme, o que é? – Michel Foucault

Não se trata de uma estrutura metafísica, ou de um sistema, mas de um conjunto que se refere aos saberes em sua condição de existência. Um arranjo específico de relações históricas que possibilitam a emergência de discursos científicos interligados seja por proximidade ou por distância, seja por harmonia ou por conflitos.

O ritual da verdade, por Michel Foucault – DROPS #36

FOUCAULT, Michel. Do governo dos vivos. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2014, p. 6-8. Negritos meus. [Em primeiro lugar] me parece – e mais uma vez, fiquemos com o exemplo de Sétimo Severo – que esse verdadeiro cuja manifestação acompanha o exercício do poder extravasa amplamente os conhecimentos que são úteis para o governo. Colunas…

O quadriculamento, ou o princípio da localização imediata – Michel Foucault

O quadriculamento é uma técnica utilizada no interior do poder disciplinar para individualizar corpos e desagregar coletividades. Ao mesmo tempo, tem seu valor adicionado na possibilidade de introduzir vias de comunicação que sejam favoráveis a quem vigia enquanto destrói as formas de comunicação insurgentes.