Da série “Janta Filosófica“.
Na Janta Filosófica nº43, falamos sobre o discurso do senso comum acerca da greve dos entregadores. No fundo, a partir de um vídeo do Flow Podcast, analisamos algumas características do senso comum liberal sobre o que é uma relação de trabalho, sobre o papel do empregador e, sobretudo, a respeito da responsabilidade do trabalhador que, desta vez, parece ser considerado o empresário de si mesmo.
O vídeo:
O áudio:
Veja ou escute a Janta Filosófica acima! A seguir, um trecho transcrito:
A partir desta live, os pontos de senso comum que recolhemos nos entregam, em seu negativo, uma delimitação de o que é um trabalhador livre, não? Do que é legítimo para definir este trabalho livre liberal.
Começamos compreendendo que na retórica do senso comum liberal podemos retirar alguns pontos:
- Primeiro ponto: greve de autônomo? Segundo esse senso comum, o entregador não poderia fazer greve porque não tem vínculo empregatício formalizado pela CLT.
- Segundo ponto: considera-se que as condições de trabalho são feitas pelo próprio trabalhador, na medida em que eles determinam seus horários, sua carga de trabalho, na medida em que são donos os meios por onde vão fazer suas entregas;
- Terceiro ponto: diz-se “a empresa vai fazer o quê?”. Tudo se passa como se baixos salários fossem naturais no mercado com grande procura de empregos. Não há nada a ser feito, não há o que fazer.
- Quarto ponto: dize-se “pelo menos bota comida na mesa”. De certa forma, querem dizer: “até aceito suas reclamações sobre os baixos salários ou as altas cargas de trabalho, mas pelo menos bota comida na mesa”.
- Quinto ponto: …..
[…]
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