Da série “Janta Filosófica“.
Nossa 44ª Janta Filosófica foi uma extensão das jantas número 43 (sobre o senso comum a respeito da greve dos entregadores de app) e número 42 (sobre a publicidade e sua função específica na guerra híbrida no Brasil).
Falamos sobre a estratégia jurídica utilizada pelo Uber para gerar uma falsa sensação de consenso jurídico sobre a ausência de vínculo empregatício entre o motorista e a empresa.
O vídeo:
O áudio:
Veja ou escute a Janta Filosófica acima! A seguir, um trecho transcrito:
Hoje o objetivo será comentar a máquina de acordos do Uber que gera uma falsa sensação de consenso judicial sobre os processos cadastrados pelos motoristas do app. Iremos falar sobre isso após termos feito duas lives seguidas sobre a greve dos aplicativos focando no iFood e depois termos inserido a noção de guerra híbrida e entendido que a ação da agência de publicidade do iFood trabalhou justamente dessa maneira ao tentar minar a organização política dos motoboys.
Através de uma minuciosa análise de dados, o Uber consegue monitorar casos judiciais, entender quais se encaminham para vitórias e quais indicam uma possível derrota e a partir deste monitoramento, entendem quais tipo de argumento podem utilizar e até onde podem ir dentro de um processo, além de compreender quando será necessário produzir um acordo para não gerar jurisprudência.
O resultado disso – e nada disso é maquinado – é a falsa sensação de que há um consenso judiciário de que não há vínculo empregatício entre motorista e empresa. No fundo, que não há vínculo empregatício neste modelo de trabalho que também pode ser visto no iFood, Rappi, etc.
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