Pierre Bourdieu foi um sociólogo francês da segunda metade do século XX, mesma época de Foucault e Derrida.
Apesar de ter se graduado como filósofo, começou suas pesquisas como etnólogo na Argélia e terminou por revolucionar a sociologia: sua inovação metodológica o tornou reconhecido em todo o mundo acadêmico.
Neste artigo, você poderá ler a biografia do autor, sua teoria e um resumo sobre a avaliação que intelectuais realizam sobre sua obra.
Índice
- Biografia de Pierre Bourdieu;
- Teoria de Pierre Bourdieu;
- Principais obras de Pierre Bourdieu;
- Resumo;
- Artigos didáticos sobre Pierre Bourdieu;
- 20 teses e dissertações de Pierre Bourdieu para download gratuito;
- 21 artigos sobre a obra de Pierre Bourdieu.
Biografia de Pierre Bourdieu
Pierre Bourdieu conseguiu absorver Weber, Durkheim e Marx em sua teoria e desenvolveu conceitos como habitus, o sistema de disposições gerais de cada agente social; campo social, um local de relações de força e lutas internas pela legitimidade; e violência simbólica, violência do opressor internalizada pelo oprimido.
Entender quem foi Pierre Bourdieu envolve compreender sua origem esua evolução acadêmica. Ele nasceu no interior da França, em 1 de agosto de 1930, na família de um funcionário público de baixo escalão. Logo, Bourdieu foi guiado para manter seus estudos em Paris e entrou na prestigiada École Normale Supérieure. Ao contrário do esperado, o autor não fez sociologia, mas sim graduação em filosofia, e estudou epistemologia e história da ciência – o que o colocou em oposição à escola dominante na França, naquele momento, o existencialismo sartreano (OLLION, 2012).
Sua mudança para o campo da sociologia ocorreu após ser chamado pelo exército francês à Guerra da Libertação da Argélia, de 1956 à 1962, aprofundando-se no estruturalismo de Claude Lévi-Strauss e produzindo uma etnografia da sociedade Cabila. Ao voltar para França, em 1960, foi assistente de Raymond Aron e no ano seguinte tornou-se professor da Universidade de Lille (GRENFELL, 2004, p. 8). Em 1964, passou a ser institucionalmente um sociólogo, ocupando o cargo de diretor da École des Hautes Études en Sciences Sociales. Quatro anos mais tarde fundou também um centro de pesquisas sociológicas e lançou em 75 o Actes de la recherche en sciences sociales, revista interdisciplinar de sua responsabilidade (COLE, 2016, s.p.).
Ainda assim, sua obra é objeto de grandes controvérsias, já que muitos o consideram um mero autor da reprodução das desigualdades sociais (reprodutivista). Uma leitura rasa pode gerar más interpretações e ocultar a complexidade de sua teoria já que, para Bourdieu, os agentes sociais estão sempre em constante jogo de forças que os empurra em cada campo social, desejantes dos troféus do campo em que participam, marcando seus corpos com trejeitos e lhes inculcando modos de ser e fazer.
O campo de forças insere, na sociologia de Bourdieu, a impossibilidade de se fazer o que quer, como se quer, na hora em que se quer – ao mesmo tempo; também nega a inferência de que a técnica seria um ‘dom’, afirmando ser fruto da origem dos indivíduos, segundo códigos que lhes são familiares – para ele, o filho de família rica teria ‘dom’ para entender música erudita não por ‘gênio’, mas porque conhece suas regras, revelando na verdade uma distinção social e cultural entre indivíduos. Estas conclusões nascem da própria vida de Bourdieu e das oposições que ele mesmo viveu: nasceu no campo, mas se profissionalizou em Paris; era de uma família pobre, mas se relacionou com a nata rica e a classe-média francesas (GRENFELL, 2004, p. 9).
Não se pode resumir uma análise social pelo montante de dinheiro de uma pessoa ou por seu diploma universitário, diria Bourdieu, mas sim através da interrelação de todos os fatores importantes nos campos sociais em que cada pessoa participa num dado momento e no espaço.
Como a sociedade é essencialmente relacional, o espaço social é importante para a sociologia de Pierre Bourdieu. Os diferentes capitais (econômico, simbólico, social, cultural etc) irão posicionar cada agente de acordo com o acúmulo de capital dos outros agentes – o todo define a parte, sendo que toda definição é exterior em Bourdieu – nada se define por si.
Isso significa que o privilégio ou não-privilégio de um sujeito não depende de uma essência, de uma marca corporal – nem mesmo de sua renda, mas sim do volume de cada tipo de capital (econômico, simbólico, social, cultural etc) acumulado e de seus campos de atuação na sociedade, pois só assim é possível entender se um grande volume de um dado capital de fato terá relevância para tornar seu possuidor um privilegiado dentro das relações de poder nas quais ele está envolvido.
Reunimos abaixo uma coleção de depoimentos e citações de intelectuais sobre a obra de Pierre Bourdieu, veja o que especialistas pensam da sociologia bourdiana e não deixe de baixar todas as teses, dissertações e artigos disponíveis em PDF no fim da matéria.
Teoria de Pierre Bourdieu
Abaixo, apresento noções básicas da teoria de Pierre Bourdieu:
Campo social
Os campos se apresentam à apreensão sincrônica como espaços estruturados de posições (ou de postos) cujas propriedades dependem das posições nestes espaços, podendo ser analisadas independentemente das características de seus ocupantes (em parte determinadas por elas) (BOURDIEU, 2003, p. 119).
Em um olhar sincrônico, portanto, um olhar do tempo estático, do momento, de um período determinado, o campo social se mostrará como espaço estruturado de posições sociais. Essas posições sociais não são definidas pelos indivíduos que as ocupam, mas os próprios indivíduos precisam ocupá-las para agirem socialmente, para desempenharem suas estratégias, para serem alguém no mundo social.
Habitus
As estruturas constitutivas de um tipo particular de meio (as condições materiais de existência características de uma condição de classe), que podem ser apreendidas empiricamente sob a forma de regularidades associadas a um meio socialmente estruturado, produzem habitus, sistemas de disposições duráveis, estruturas estruturadas predispostas a funcionar como estruturas estruturantes, isto é, como princípio gerador e estruturador das práticas e das representações que podem ser objetivamente “reguladas” e “regulares” sem ser 0 produto da obediência a regras, objetivamente adaptadas a seu fim sem supor a intenção consciente dos fins e o domínio expresso das operações necessárias para atingi-los e coletivamente orquestradas, sem ser 0 produto da ação organizadora de um regente (BOURDIEU, 1983, p. 60).
Assim, se tem um nível de análise que apreende a historicidade e a plasticidade das ações práticas, que compreende sua transcendência ao presente imediato, pois se inscrevem em um passado, em uma trajetória específica do agente social no campo, e em um futuro objetivamente potencial. Uma possibilidade prática resultado de um corpo sedimentado por sua história individual e grupal, isto é, estrutura social internalizada em estrutura mental.
Espaço social
Trata-se, portanto, em cada momento de cada sociedade, de um conjunto de posições sociais, vinculado por uma relação de homologia a um conjunto de atividades (a prática do golfe ou do piano) ou de bens (uma segunda casa ou o quadro de um mestre), eles próprios relacionalmente definidos (BOURDIEU, 2008, p. 18).
Este conjunto de posições sociais, por sua vez, é constituído por um conjunto de habitus que se referem às posições ocupadas pelos agentes. Cada posição social emerge, inclusive, com a tarefa incessante de incorporar no agente social o habitus relativo à sua prática social no campo, ou seja, com “um sistema de disposições duráveis e transponíveis que, integrando todas as experiências passadas, funciona a cada momento como uma matriz de percepções, de apreciações e de ações”(BOURDIEU, 1994, p. 75).
Doxa
Uma das propriedades importantes de um campo reside no facto de haver nele impensável; quer dizer coisas que nem sequer se discutem. Há a ortodoxia e a heterodoxia, mas há também a doxa, quer dizer todo o conjunto do que é admitido como óbvio, e em particular os sistemas de classificação determinando o que é julgado interessante e sem interesse, aquilo que ninguém pensa merecer se contado, porque não tem procura (BOURDIEU, 2003, p. 87).
Doxa é aquilo que não é necessário falar sobre. Por exemplo, doxa é a valorização do doutorado nas universidades públicas brasileiras. É óbvio que, para um pós-graduando, o doutorado é um objetivo a ser alcançado, afinal, é a própria condição de entrada na vida acadêmica. É óbvio, também, que o doutor tem autoridade para propor projetos e modificar o consenso científico sobre um assunto ou outro. Pelo contrário, é óbvio que alguém fora da academia não precisa ser levado à sério. Essas obviedades, inclusive, demonstram relações de poder que não são suscetíveis a mudança pelos que estão de fora.
Nomos
Princípio legítimo de divisão aplicável a todos os aspectos fundamentais da existência, definindo o pensável e o impensável, o prescrito e o proscrito, ele acaba permanecendo impensado; matriz de todas a questões pertinentes, ele é incapaz de produzir as questões aptas a questioná-lo” (BOURDIEU, 2001, p. 117).
Nomos é a lei dos campos sociais que não se questiona, pois seu questionamento é a invalidação da existência do campo constituído. Daí da existência de mecanismos de seleção para a entrada num campo social e de mecanismos de exclusão. O nomos é expresso por uma tautologia que fundamenta a autonomia do campo: “Arte pela arte”, “negócios são negócios” ou “A escola é feita pra se estudar”.
Capital cultural
Além disso, deixando de colocar as estratégias de investimento escolar no conjunto das estratégias educativas e no sistema de estratégias de reprodução, sujeitam-se a deixar escapar, por um paradoxo necessário, o mais oculto e determinante socialmente dos investimento educativos, a saber, a transmissão doméstica do capital cultural. Suas interrogações sobre a relação entre a “aptidão” (ability) para os estudos e o investimento nos estudos provam que eles ignoram que a “aptidão” ou o “dom” são também produtos de um investimento em tempo e em capital cultural (BOURDIEU, 2007, p. 73).
O capital cultural é todo elemento cultural incorporado ou apropriado por um agente social de tal maneira que essa apropriação lhe confere maior prestígio num campo em que este capital tem maior valor e, ao mesmo tempo, permite conversão em capital econômico. Por exemplo: um título acadêmico em uma universidade federal permite a conversão deste capital cultural e capital econômico na possibilidade de um bom emprego ou na autoridade e credibilidade para a criação de uma empresa com potencial de sucesso.
Capital social
O capital social é o conjunto de recursos atuais ou potenciais que estão ligados à posse de uma rede durável de relações mais ou menos institucionalizadas de interconheconhecimento e de inter-reconhecimento ou, em ooutros termos, à vinculação a um grupo, como conjunto de agentes que não somente são dotados de propriedades comuns (passíveis de serem percebidas pelo observador, pelos outros ou por eles mesmos), mas também são unidos por ligações permanentes e úteis (BOURDIEU, 2007, p. 67).
O volume do capital social vai depender sempre do volume do capital (seja econômico, cultural ou simbólico) que possa ser mobilizado e do volume do capital dos participantes do grupo. Ou seja, o capital social dos empresários brasileiros está relacionado aos contatos com os donos de grandes empresas e às vantagens que se tem ao pertencer a este grupo que pode ser representado concretamente pelos participantes do eventos produzidos pelo João Dória e sua empresa, a LIDE – Grupo de Líderes Empresariais.
Capital simbólico
O capital simbólico é um crédito, é o poder atribuído àqueles que obtiveram reconhecimento suficiente para ter condição de impor o reconhecimento: assim, o poder de constituição, poder de fazer um novo grupo, através da mobilização, ou de fazer existir por procuração, falando por ele enquanto porta-voz autorizado, só pode ser obtido ao término de um longo processo de institucionalização, ao término do qual é instituído um mandatário, que recebe do grupo o poder de fazer o grupo (BOURDIEU, 2004, p. 166).
Trata-se de um tipo de capital que assimila diversos tipos de capital que geram prestígio, honra ou reconhecimento. É o capital necessário para mobilizar pessoas, adquirir respeito e reconhecimento. O Lula, por exemplo, tem o capital simbólico específico para o campo das disputas políticas institucionais que foi acumulado ao longo do tempo, de sua militância política e que concentra os movimentos de um partido político inteiro em dependência de sua participação nas eleições.
Princiais obras de Pierre Bourdieu
Os Herdeiros: Os Estudantes e a Cultura (1964)
“Os Herdeiros: Os Estudantes e a Cultura” (1964), de Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron, é uma análise sociológica que explora como o sistema educacional contribui para a reprodução das desigualdades sociais e culturais. O livro investiga como a educação não apenas reflete, mas também reforça as diferenças sociais existentes, ao transmitir e legitimar os valores das classes dominantes enquanto marginaliza as culturas e conhecimentos das classes populares.
Os autores argumentam que a estrutura da escola, com seus currículos e práticas, serve para reproduzir as normas e os valores das elites sociais, perpetuando assim as desigualdades. Eles introduzem o conceito de capital cultural, que se refere ao conjunto de conhecimentos, habilidades e competências valorizados pelo sistema educacional. Este capital cultural é frequentemente um reflexo das origens sociais dos alunos e influencia diretamente suas oportunidades acadêmicas e sucessos escolares.
Além disso, Bourdieu e Passeron analisam como a cultura escolar molda a identidade dos estudantes e afeta seu desenvolvimento pessoal e suas perspectivas futuras. O sistema educacional, segundo os autores, contribui para a manutenção das hierarquias sociais ao favorecer aqueles que já possuem o capital cultural valorizado e ao excluir outros grupos. “Os Herdeiros” oferece uma visão crítica sobre o papel da educação na perpetuação das estruturas sociais e culturais, sublinhando a interação complexa entre educação, cultura e poder.
A Reprodução: Elementos para uma Teoria do Sistema de Ensino (1970)
“A Reprodução: Elementos para uma Teoria do Sistema de Ensino” (1970), de Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron, é uma análise sociológica sobre como o sistema educacional contribui para a reprodução das desigualdades sociais. O livro examina o papel da educação na perpetuação das estruturas de poder e nas diferenças sociais, argumentando que a escola não é apenas um espaço de transmissão de conhecimento, mas também um mecanismo de manutenção e reprodução das relações de classe.
Os autores introduzem o conceito de “reprodução social”, que se refere à forma como o sistema educacional contribui para a perpetuação das desigualdades sociais através da socialização e da transmissão de valores e conhecimentos que reforçam as hierarquias existentes. Eles argumentam que a escola valoriza o capital cultural dos alunos, que é frequentemente determinado pelas origens sociais das famílias, e que isso influencia suas oportunidades acadêmicas e sociais.
Bourdieu e Passeron analisam a estrutura do sistema educacional, observando como as práticas e os currículos escolares são moldados pelas normas e expectativas das classes dominantes. O conceito de “capital cultural” é central na obra; ele refere-se aos conhecimentos, habilidades e competências que são valorizados pelo sistema educacional e que muitas vezes são herdados das famílias, contribuindo para a reprodução das desigualdades sociais.
O livro também discute o papel da escola na socialização dos indivíduos, mostrando como as instituições educacionais transmitem e reforçam as normas e valores que sustentam as hierarquias sociais. A educação, portanto, não atua apenas na formação do indivíduo, mas também na reprodução das condições sociais e culturais que perpetuam a desigualdade.
“A Reprodução” é uma obra crucial para compreender a sociologia da educação e as complexas interações entre educação, poder e reprodução social, oferecendo uma crítica profunda ao papel das instituições educacionais na manutenção das estruturas de classe.
A Distinção: Crítica Social do Julgamento do Gosto (1979)
“A Distinção: Crítica Social do Julgamento do Gosto” (1979), de Pierre Bourdieu, é uma análise sociológica aprofundada sobre como as práticas culturais e o gosto estético refletem e perpetuam as estruturas sociais. O livro examina como os gostos e preferências são moldados pelas condições sociais e como eles funcionam para distinguir e legitimar diferentes classes sociais.
A obra está estruturada em três partes principais:
1. O Gosto como Distinção Social: Bourdieu argumenta que o gosto é uma construção social que reflete e reforça as distinções de classe. Ele explora como as preferências estéticas e culturais (como a apreciação da arte, da música e da culinária) não são meramente questões de escolha individual, mas são influenciadas por fatores sociais e econômicos. O gosto é um marcador de status social e uma ferramenta para a reprodução das hierarquias sociais.
2. A Formação dos Gêneros e das Culturas: Nesta seção, Bourdieu analisa como diferentes categorias culturais (alta cultura vs. cultura popular, por exemplo) são formadas e como elas contribuem para a manutenção das distinções sociais. Ele investiga as práticas culturais e a forma como elas são valorizadas ou desvalorizadas em função do capital social e cultural dos indivíduos e grupos.
3. A Dinâmica do Campo Cultural: Bourdieu descreve o campo cultural como um espaço de luta onde agentes (artistas, críticos, instituições) competem por reconhecimento e legitimidade. Ele analisa como o campo cultural é estruturado e como as práticas culturais são usadas para estabelecer e manter diferenças sociais. O capital cultural, simbólico e econômico desempenha um papel crucial na determinação do valor e da legitimidade das produções culturais.
“A Distinção” é uma contribuição significativa à sociologia da cultura, oferecendo uma visão detalhada de como o gosto e as preferências culturais são socialmente construídos e utilizados para perpetuar as desigualdades sociais. Através de uma análise rigorosa, Bourdieu revela as complexas interações entre cultura, classe social e poder.
Homo academicus (1984)
“Homo Academicus” (1984), de Pierre Bourdieu, é um estudo sociológico que examina o campo acadêmico francês, oferecendo uma análise crítica das práticas e estruturas que definem a produção e a circulação do conhecimento. Bourdieu utiliza uma abordagem sociológica para investigar como o campo acadêmico opera, revelando as relações de poder, os mecanismos de controle e as dinâmicas de competição que moldam a vida universitária.
O livro é dividido em três partes principais:
1. O Campo Acadêmico: Bourdieu descreve o campo acadêmico como um espaço de luta onde agentes (acadêmicos, instituições e estudantes) competem por reconhecimento, prestígio e recursos. Ele explora como a estrutura hierárquica e os diferentes capitais (social, cultural, simbólico) influenciam as relações e a dinâmica do campo.
2. A Luta pelo Capital Cultural: A obra analisa como o capital cultural, definido como o conhecimento, a educação e as credenciais acadêmicas, é acumulado, reconhecido e valorizado. Bourdieu examina as formas como o capital cultural é transmitido e como as estratégias de reprodução social são utilizadas para manter as distinções entre diferentes grupos dentro do campo acadêmico.
3. O Processo de Legitimização e Reprodução: Bourdieu investiga como o conhecimento acadêmico é legitimado e como a ideologia dominante é reproduzida através das instituições educacionais. Ele argumenta que o campo acadêmico serve para consolidar e reproduzir as estruturas de poder e dominação presentes na sociedade em geral.
Através de uma análise detalhada das práticas acadêmicas e das estruturas institucionais, “Homo Academicus” oferece uma crítica profunda das relações de poder e das práticas de legitimização que sustentam o campo acadêmico, destacando a interação entre conhecimento, poder e reprodução social.
O Poder Simbólico (1989)
“O Poder Simbólico” (1989), de Pierre Bourdieu, é uma obra fundamental na sociologia que examina como o poder é exercido e legitimado através de símbolos e práticas culturais. O livro investiga a noção de poder simbólico, que se refere ao poder de influenciar e moldar a percepção e a realidade das pessoas por meio de representações simbólicas, linguagem e significados culturais.
Bourdieu argumenta que o poder simbólico não é exercido através da coerção direta, mas por meio da capacidade de estabelecer e manter significados e normas que são aceitos como legítimos. Esse poder está intimamente ligado à capacidade de criar e disseminar representações que definem o que é considerado verdadeiro, apropriado ou valioso em uma sociedade.
A obra explora como diferentes grupos sociais utilizam o poder simbólico para afirmar sua posição e legitimar suas práticas e valores. Bourdieu analisa como instituições como a educação, a mídia e a religião desempenham papéis cruciais na produção e reprodução do poder simbólico, moldando as crenças e comportamentos das pessoas de maneiras que perpetuam desigualdades sociais.
Bourdieu também investiga a relação entre poder simbólico e outros tipos de poder, como o econômico e o político, mostrando como o poder simbólico pode reforçar e legitimar outras formas de dominação. O livro é uma contribuição significativa para a compreensão de como o poder funciona nas sociedades contemporâneas e como ele é mantido e desafiado através das representações culturais e simbólicas.
As Regras da Arte (1992)
As Regras da Arte, de Pierre Bourdieu, publicado em 1992, é uma das obras centrais da sociologia da cultura e da literatura, na qual o autor analisa o campo literário como um espaço autônomo de produção simbólica, dotado de suas próprias regras e lógicas. Bourdieu propõe que, para compreender o funcionamento das artes, especialmente a literatura, é necessário desvendar as dinâmicas sociais e históricas que constituem esse campo específico de produção cultural.
A obra se concentra particularmente no século XIX francês, com ênfase na figura de Gustave Flaubert e seu papel na formação da autonomia literária. Para Bourdieu, a criação da arte moderna, em oposição às exigências mercadológicas e políticas, só se torna possível na medida em que o campo artístico estabelece suas próprias normas e critérios de legitimação, distanciando-se de outras esferas, como a economia e a política. A noção de “campo”, central no pensamento de Bourdieu, refere-se a um espaço de forças sociais no qual agentes com diferentes capitais (econômico, cultural, social e simbólico) competem pela autoridade e pela definição do que é considerado legítimo dentro daquele espaço.
A análise de Bourdieu em As Regras da Arte também se articula em torno do conceito de habitus, ou seja, as disposições duradouras incorporadas pelos agentes que atuam no campo artístico, influenciando suas práticas e percepções. Bourdieu destaca como escritores, críticos e outros participantes do campo literário estão imersos em lutas simbólicas pelo poder de definir o valor e o significado da arte. Essas disputas revelam que a literatura, longe de ser um espaço puramente estético e desinteressado, está enraizada em estruturas sociais que condicionam a produção artística.
Em suma, As Regras da Arte oferece uma visão sociológica complexa sobre a autonomia do campo literário, questionando a noção de uma arte pura, ao mostrar como as relações de poder e os interesses sociais moldam a produção e a recepção das obras artísticas.
A Dominação Masculina (1998)
“A Dominação Masculina” (1998), de Pierre Bourdieu, é uma obra seminal que explora como o patriarcado e as estruturas de poder masculino são reproduzidos e legitimados nas sociedades modernas. O livro examina como as relações de gênero são moldadas por um sistema de dominação masculina que permeia várias esferas da vida social, incluindo a família, o trabalho e as instituições culturais.
Bourdieu analisa como as práticas e as normas culturais perpetuam a desigualdade de gênero, demonstrando que a dominação masculina não é apenas uma questão de relações de poder explícitas, mas também de estruturas simbólicas e sociais que moldam as percepções e expectativas sobre os papéis de gênero. Ele discute como o masculino é frequentemente associado à autoridade, à competência e ao valor, enquanto o feminino é associado à submissão e à inferioridade.
O autor utiliza o conceito de “habitus”, que se refere às disposições duradouras e internalizadas que orientam o comportamento e as percepções dos indivíduos, para explicar como as normas de gênero são incorporadas e perpetuadas. Bourdieu argumenta que o habitus masculino e feminino é socialmente construído e reforçado através da socialização, da educação e das práticas cotidianas.
O livro também explora como a dominação masculina se manifesta em instituições e práticas sociais, como o mercado de trabalho, onde as desigualdades de gênero são mantidas e legitimadas. “A Dominação Masculina” oferece uma análise profunda de como as estruturas de poder e as práticas culturais contribuem para a reprodução das desigualdades de gênero, destacando a necessidade de uma crítica e de mudanças sociais para alcançar a igualdade real.
Pierre Bourdieu: Resumo
Como resumo, apresento abaixo a opinião de alguns intelectuais sobre Bourdieu:
Clóvis de Barros Filho, em matéria para a Folha:
“Discorrer sobre a importância de Marx para o estágio atual das ciências sociais é fazê-los perder tempo”, sentencia. Refuta, no entanto, com veemência, o rótulo de “neomarxista”, não só por ser redutor, mas por gerar equívocos. Alonga-se sobre a relação entre campo e classe, o que o afasta da sua literatura publicada até então. Critica o caráter substancialista do conceito de classe. Contrapõe-lhe a lógica reflexiva das posições do campo. Esclarece: se o burguês é objetivamente burguês, em razão dos meios de produção, as posições de dominante e dominado no campo só existem e têm sentido umas em relação às outras.
Loic Wacquant, em artigo:
Os maiores pensadores de qualquer época são aqueles que não apenas “fazem descobertas” importantes – essa é a tarefa de qualquer cientista, como, aliás, afirmou Émile Durkheim –, mas também são aqueles que causam naqueles à sua volta uma mudança no modo de pensar, indagar e escrever. Pierre Bourdieu pertence a essa categoria, pois ele alterou para sempre a maneira como os estudiosos da sociedade, da cultura e da história em todo mundo, de Tóquio a Tijuana e a Tel Aviv, concebem e exercem seus ofícios. Para ser fiel ao espírito de sua vida sociológica e para continuar seu legado, devemos seguir aplicando suas idéias e testando seus achados a fim de produzir novos objetos de pesquisa.
Marco Weissheimer, em artigo:
Um dos pontos mais originais da obra de Bourdieu reside na vontade de superar o que ele chamava de “falsas antinomias” da tradição sociológica – entre interpretação e explicação, estrutura e história, liberdade e determinismo, indivíduo e sociedade, objectivismo e subjetivismo. Pierre Bourdieu não era apenas um pesquisador excepcional, reconhecido pela comunidade acadêmica internacional, mas um intelectual empenhado nas lutas sociais e no debate público, na tradição francesa que reúne nomes como Émille Zola e Jean-Paul Sartre.
Maria da Graça Jacintho Setton, em matéria para a revista Cult:
Pierre Bourdieu é um dos mais importantes pensadores do século 20. Sua produção intelectual, desde a década de 1960, estende-se por uma extensa variedade de objetos e temas de estudo. Embora contemporâneo, é tão respeitado quanto um clássico. Crítico mordaz dos mecanismos de reprodução das desigualdades sociais, Bourdieu construiu um importante referencial no campo das ciências humanas.
Veja na próxima parte desta publicação todos os artigos do Colunas Tortas para ler.
Artigos didáticos no Colunas Tortas sobre Pierre Bourdieu
Abaixo, uma lista de artigo sobre Bourdieu aqui no Colunas Tortas, com objetivo de explicar didaticamente sua teoria:
- Uma introdução;
- Habitus;
- Espaço social;
- Capital cultural;
- Capital social;
- Campo social;
- Doxa;
- Nomos;
- Illusio;
- Análise de correspondência múltipla;
- Discurso;
- Poder;
- Sujeito e objeto: uma falsa dicotomia;
- O sentido da inveja;
- Gostos de Classe e Estilos de Vida – Pierre Bourdieu: Resenha;
- Televisão, indústria da informação – Pierre Bourdieu.
Veja na próxima parte desta publicação todos os artigos de Pierre Bourdieu para download.
Teses e dissertações de Pierre Bourdieu para download gratuito
Sua obra é gigantesca, mas conseguimos reunir 18 livros para você fazer download gratuitamente. Também agrupamos 21 artigos sobre a obra do autor, que lhe ajudarão a entender seus conceitos e suas conclusões. Veja abaixo.
- BERG, Tabata. A gênese das categorias trabalho e habitus: Possíveis pistas ontológicas apreendidas do diálogo entre os “jovens” Lukács e Bourdieu;
- CAPRARA, Bernardo Mattes. A influencia do capital cultural no desempenho estudantil: Reflexões a partir do SAEB 2013;
- CORDAO, Michelly P. de S. O Jogo Político Da Democracia: Lutas Simbólicas Na “Redemocratização” Brasileira (1984-1985);
- COSTA, Martha Gabrielly Coletto. Nas pegadas da dissimulação: um estudo sobre as novas figuras da ideologia a partir de Claude Lefort e Pierre Bourdieu;
- DINIZ, Renato Domingues. A família, a televisão e a constituição da criança em consumidor.
- FERRER, Sidney R. Marginal e apátrida na filosofia brasileira: Uma análise sociológica sobre Vilém Flusser.
- GAMA, Monalisa Ribeiro. O preço da conversão: Análise das trocas simbólicas e dos mecanismos de subjetivação dos conversos na Assembléia de Deus;
- GRANATO, Natalia Cristina. O campo político paranaense no contexto do golpe de 1964 e suas lutas políticas;
- KREMER, Rodrigo Leite. A Evolução da Economia Matemática na História do pensamento Econômico: uma interpretação a partir da Sociologia da Ciência de Pierre Bourdieu;
- LIMA, Raul V. A. O Programa Mais Educação: uma análise sobre o habitus do professor coordenador dentro do contexto da prática;
- LOPES, Gabriel F. da R. Sistema de direito e campo jurídico: convergências e divergências;
- MACIEL, Pollyane R. F. Relações de gênero no espaço religioso pentecostal paraibano: comparação entre a Assembléia de Deus e a Bola de Neve Church, em Campina Grande – PB;
- MELLO, Marcello Mazzaro de. Paradigmas da Educação: os Polos Antagônicos de Pierre Bourdieu e Raymond Boudon;
- MIRALDI, Juliana Closel. Pierre Bourdieu e a Teoria Materialista do Simbólico;
- PINHO, Marcelo S. S. de. Políticas de Segurança Pública: análise do campo no Legislativo Federal;
- PONTES, Nicole L. M. T. de. Habitus, Maldade E Permanência: O problema do mal e os limites do conhecimento sociológico;
- SANTANA, Ricardo A. de. Sociologia da Arte e os paradoxos do valor estético: uma discussão metodológica;
- SILVEIRA, Luis Gustavo Guadalupe. Bourdieu e o papel de legitimação social do discurso filosófico sobre a autonomia da arte;
- SOUZA, Taina Ramos Leal de. Fruição como elemento da política na arte: Entre Bourdieu e Rancière;
Artigos sobre a obra de Pierre Bourdieu
- Hermano Roberto Thiry-Cherques. Pierre Bourdieu: a teoria na prática;
- Emiliano Rivello Alves. Pierre Bourdieu: a distinção de um legado de práticas e valores culturais;
- Maria da Graça Jacintho Setton. A teoria do habitus em Pierre Bourdieu: uma leitura contemporânea;
- Cláudio Marques Martins Nogueira e Maria Alice Nogueira. A sociologia da educação de Pierre Bourdieu: limites e contribuições;
- Afrânio Mendes Catani. A sociologia de Pierre Bourdieu (ou como um autor se torna indispensável ao nosso regime de leituras);
- Miguel Ângelo Montagner. Pierre Bourdieu, o corpo e a saúde: algumas possibilidades teóricas;
- Maria Drosila Vasconcelos. Pierre Bourdieu: A herança sociológica;
- Sergio Miceli. Bourdieu e a renovação da sociologia contemporânea da cultura;
- Marcos Roberto Brasil et al. Os usos da teoria sociológica de Pierre Bourdieu em periódicos científicos da área de Educação Física no Brasil;
- Luis Felipe Miguel. Bourdieu e o “pessimismo da razão”;
- Fernanda Ostermann et al. Área de ensino: reflexões a partir da teoria dos campos de Pierre Bourdieu;
- José Henrique Bortoluci et al. Contemporâneo clássico: a recepção de Pierre Bourdieu no Brasil;
- Cécile Raud. Bourdieu e a nova sociologia econômica;
- Cláudio Marques Martins Nogueira. A sociologia da educação de Pierre Bourdieu: limites e contribuições;
- Miguel Ângelo Montagner. Pierre Bourdieu e a saúde: uma sociologia em Actes de la Recherche en Sciences Sociales;
- Juliano de Souza. Bourdieu e a sociologia do esporte. Contribuições, abrangência e desdobramentos teóricos;
- Cristina Carta Cardoso de Medeiros. Mobilização do legado de Pierre Bourdieu 20 anos depois: a atualidade de um debate para a educação;
- Loic Wacquant. Poder simbólico e fabricação de grupos: como Bourdieu reformula a questão das classes;
- Erineusa Maria da Silva. Habitus de gênero: tensionamentos ao conceito de habitus em Bourdieu;
- Tatiana Sviesk Moreira et al. Os conceitos de “Cultura Esportiva” e “Habitus Esportivo”: Distanciamentos e aproximações.
Referências
BOURDIEU, Pierre. Questões de sociologia. 1ª edição, Fim de Século: Lisboa, 2003.
BOURDIEU, Pierre. Esboço de uma teoria da prática IN ORTIZ, Renato (Org.). Pierre Bourdieu: Sociologia. São Paulo: Ática, 1983, p.46-81.
BOURDIEU, Pierre. Esboço de uma teoria da prática In: ORTIZ, Renato (Org.). A sociologia de Pierre Bourdieu, São Paulo: Editora Ática, 1994, n. 39. Coleção Grandes Cientistas Sociais.
BOURDIEU, Pierre. Espaço Social e espaço simbólico IN Razões práticas: sobre a teoria da ação. 9ª edição, Campinas: Papirus, 2008, p.13-33.
BOURDIEU, Pierre. Por uma sociologia dos sociólogos IN Questões de sociologia. Portugal, Lisboa: Fim de século, 2003.
BOURDIEU, Pierre. Coisas ditas. São Paulo: Brasiliense, 2004.
BOURDIEU, Pierre. Escritos de educação. 9ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.
COLE, N. L. Pierre Bourdieu, A Biography in Brief. About Sociology, 2019. Acessado em 09 de agosto de 2016, http://goo.gl/9QoDQ1.
GRENFELL, Michael. Pierre Bourdieu: Agent Provocateur. Estados Unidos da América: Editora Continuum, 2004.
OLLION, Etienne. Pierre Bourdieu. Oxford Bibliographies, 2012. Acessado em 09 de agosto de 2016, http://goo.gl/BaL7W3.
Instagram: @viniciussiqueiract
Vinicius Siqueira de Lima é mestre e doutorando pelo PPG em Educação e Saúde na Infância e na Adolescência da UNIFESP. Pós-graduado em sociopsicologia pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo e editor do Colunas Tortas.
Atualmente, com interesse em estudos sobre a necropolítica e Achille Mbembe.
Autor dos e-books:
Fascismo: uma introdução ao que queremos evitar;
Análise do Discurso: Conceitos Fundamentais de Michel Pêcheux;
Foucault e a Arqueologia;
Modernidade Líquida e Zygmunt Bauman.
Parabéns por compartilhar material de qualidade !
Obrigado por nos visitar 🙂
Iniciativa nota dez, Pierre Bourdieu é espetacular.
Obrigado, nos visite mais vezes!
Valeu pessoal. Obrigado.
Vinicius/pessoal: Venham nos visitar também, serão sempre benvindos!
http://www.nespom.com
Acho a leitura muito complicada de Bourdieu. Vou para Bauman com certeza que ao menos comigo, dialoga com mais leveza. Obrigada!
Manda bala.
Tenta começar a leitura do Bourdieu pelo seu livro sobre a televisão e depois A dominação masculina. Vai facilitar muito…
Pensador pouco citado, menos ainda lido. Que bom haver um site que prestigia estes textos! Obrigado, Vinicius.
Grande abraço, Marcelo!
Sinto seu texto muito difícil, mas vou tentar ler mais Pierre bourdieu.
Leia! Ele é importantíssimo para a sociologia.
Obrigado pelo comentário 🙂
Republicou isso em Elias Lima.
Um homem complexo, tantas vezes não compreendido e encerrado em categorias binárias, que uns amaram e outros odiaram ou invejaram, PB nunca perdeu a dimensão relacional nas suas análises, não sendo, pois, como alguns quiseram ver, um essencialista ou um determinista. Por isso preferiu sempre o uso de agente social ao de ator ou mesmo de sujeito. Tive o prazer de o conhecer ao vivo, em Paris, em 1992 e em 1994 e a muitos investigadores da sua equipa, principalmente François Bonvin, um grande amigo, que hoje vive entre Paris e São Paulo. Morreu cedo. Demasiado cedo. Mas deixou-nos uma obra admirável, sempre diversa e sempre unificada pelos seus conceitos mais queridos: habitus, campo, agente social, produção e reprodução.
obrigada!
este blog é algo de mais sensacional, pra esse nosso tempo, que este país produziu em âmbito midiático. um belo trabalho.
Obrigado!
Extraordinário. Essa é a função social da internet, socializar a cultura dando acesso a essas obras de renomados intelectuais.
Excelente oportunidade para aumentar conhecimento.
“Na fonte a água é mais límpida”!
Olá, não consigo baixar os livros pelos links disponíveis no artigo.
Quais livros?
Bourdieu é para poucos! Obras excelentes, valeu#
Obrigada por compartilhar. Estou desenvolvendo um trabalho que tem com referencial teórico a obra de Bourdieu.
Depois nos mande!
ola também estou fazendo um trabalho sobre Bourdieu, gostaria de saber um livro dele mais voltado ao serviço social, me responda por favor
Gostaria de encontrar algo que Bourdieu falasse de redes sociais…
Bourdieu morreu em 2002… Acho difícil.
Material importante.para dialogar e aprender,outras metodologias,buscar diversos conhecimentos,para fundamentar nosso aprendizado.nossa condição e produção acadêmica.
Obrigada!
Tive dificuldades para baixar os livros, muitos links estão quebrados. Se for possível enviar por e-mail agradeço. Parabéns pela iniciativa!
Quais links estão quebrados?
Adorei, lhe muito.
irei recomendar.
era li muito.
Muito bom, parabéns!
Obrigado!
Não consigo clicar nos links dos livros, pede pra curtir a página no facebook. Mas já está curtida…
Sensacional! Vamos a leitura.
Obrigado!
Segue o link da minha dissertação “Campo do cineclubismo brasileiro : uma análise dos interesses em jogo no período de rearticulação do Movimento Cineclubista”. As noções teórico-metodológicas de Pierre Bourdieu foram a base para este trabalho. A partir delas, identificaram-se os agentes eficientes e as posições deles, a distribuição de capitais, as estratégias e o habitus coletivo no campo do Cineclubismo no período de rearticulação.
http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/129872
Muito obrigado, Eduardo!
Procure por Roger Chartier, pode ajudar em algo….