Salvador Dalí: biografia de um louco [infográfico]

Salvador Dalí foi um dos maiores e mais criativos artistas de todos os tempos. Veja aqui uma linha do tempo de sua vida!

Índice

  1. [Infográfico] Salvador Dalí, uma linha do tempo
  2. Salvador Dalí: biografia de um louco
  3. A última aparição de Dalí

Salvador Dalí BiografiaSalvador Domingo Felipe Jacinto Dalí i Domènech foi um artista plástico surrealista espanhol mais conhecido como Salvador Dalí. Com Biografia tão interessante quanto suas obras, o artista nasceu na cidade de Figueres, na Catalunha, em 11 de maio de 1904 e morreu em 23 de janeiro de 1989, de pneumonia e parada cardíaca. É imortal nas artes e figura obrigatória em qualquer comentário sobre o surrealismo espanhol.

Veja abaixo um infográfico sobre sua vida e algumas curiosidades, mais abaixo, leia sua biografia detalhada e veja algumas de suas obras.

Salvador Dalí, uma linha do tempo

A vida de Dalí foi intrigante. De anarquista na juventude, apoiou Franco na idade adulta, o fascista espanhol. De ateu, terminou sua vida acreditando na imortalidade. Veja aqui, década à década, como foi o desenrolar da trajetória do maior surrealista de todos os tempo!

(clique na imagem para ver em melhor resolução).

 

Infográfico da biografia de Salvador Dalí

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Salvador Dalí: Biografia de um louco

Dalí veio de uma família de classe média: seu pai, Salvador Dalí i Cusí, era popular na cidade e sua mãe, Felipa Domenech, era uma dona-de-casa católica. Dalí já havia começado seus estudos na Escola de Desenho Municipal, quando em 1916 conheceu o impressionismo ao passar as férias de verão em Cadaquès.

Fez sua primeira exposição no Teatro Municipal de Figueres, em 1919, e entrou para a Escola de Belas Artes de São Fernando em 1921, localizada em Madri. Lá Salvador Dalí se desenvolveu como artista, mas foi expulso em 1926, após diversos problemas causados pela sua teimosia em afirmar que nenhum profissional estava apto para avaliá-lo. Em Madri, o autor já era conhecido por sua excentricidade, já que andava com calças dobradas até os joelhos, longos cabelos, lenços no pescoço e enorme meias. Tentava unir um pouco do cubismo e do dadaísmo em seus quadros.

Salvador Dalí em Nova York, 1936.
Salvador Dalí em Nova York, 1936.

Após ser expulso da Escola de Belas Artes, foi direto para Paris, onde conheceu Picasso e começou seus trabalhos influenciados pelo pintor cubista e por Joan Miró. Em 1929, conheceu Gala Éluard, sua futura esposa, e juntou-se a Luis Buñuel para dirigir Um Cão Andaluz, curta-metragem surrealista de enorme impacto. É curioso que ambos levaram pedras em seus casacos, no dia de estreia do curta: temiam a reação da plateia e queriam se precaver. O resultado não poderia ser mais inesperado, já que os dois jovens surrealistas foram aclamados pelos presentes.

Se trata de um filme sem significado, que quebra qualquer padrão cinematográfico da época e qualquer padrão atual, e que impossibilita qualquer interpretação objetiva. O inconsciente se expressa de maneira tão crua que não é possível saber o que está passando.

Naquele ano, Salvador Dalí se juntara ao grupo de surrealistas franceses no bairro parisiense de Montparnasse. Depois de anos, devido à conflitos políticos, Dalí foi expulso do grupo. Todos eram marxistas, já Dalí se advogava “anarco-monarquista”. Não se tratava somente de uma brincadeira, o artista era simpatizante das políticas de Franco e tinha uma leve queda por Hitler. Ao sair, Dalí exclamou, “O surrealismo sou eu!”.

No entanto, ainda sobre este episódio, o mais incrível foi o relato escrito por Dalí em seu livro autobiográfico As Confissões Inconfessáveis de Salvador Dalí, reproduzido aqui no Colunas Tortas. O pintor acusava os surrealistas de serem pequeno-burgueses, presos aos valores morais tradicionais e fulminava Breton devido sua mão de ferro no controle dos membros,

Quando digo que todos os surrealistas partilhavam de todos os tabus pequeno-burgueses, posso provar: eles falavam do sexo de uma maneira simbólica e os Padres da Igreja não teriam muito o que censurar em suas conversas. A maior audácia de Aragon foi a de ter escrito Le Con d’Irene, que é uma obra erótica trabalhada, mas no grupo a sodomização ou os fantasmas anais não tinham cotação na bolsa do amor, como não a tinham a pederastia e o misticismo. Fiquei bastante surpreso ao constatar que Breton impunha uma verdadeira hierarquia de valores em relação aos sonhos. Era rigorosamente proibido evocar uma lembrança onírica relacionada, por exemplo, com Maria, a mãe de Jesus –com a qual me acontecia sonhar constantemente– e mesmo confessar que eu era obcecado pelos cabelinhos do seu cu. Isso era má educação e mau gosto. Infeliz também daquele que não respeitasse o código de fidelidade amorosa: excitar a mulher de um amigo ou mesmo enganar sua amante! Que não se brincasse com o desejo e a luxúria. A liberdade ficava reservada para as grandes aventuras teóricas e platônicas [Salvador Dalí, As Confissões Inconfessáveis].

Apesar da expulsão, continuou a se apresentar com os surrealistas em exposições internacionais nos anos 40. Na inauguração da Exibição Surrealista de Londres, ele proferiu uma palestra chamada “Fantomes paranoiaques athentiques” (Autênticos fantasmas paranoicos), quando vestia uma roupa de mergulhador (para se proteger das intensas chuvas da cidade). Mais tarde, disse que seu traje era uma representação de “mergulhar nas profundezas da mente humana”.

Sua biografia foi lançada quando já morava nos Estados Unidos, em 1942. Nos anos 50, de volta à Catalunha, entrou em seu período considerado clássico, com extrema fissura pelas formas geométricas e larga produção de imagens religiosas meticulosamente detalhadas. Foi esta obsessão pela divindade que o fez se casar novamente com Gala, desta vez em uma igreja católica.

Salvador Dalí, 1943.
Salvador Dalí, 1943.

Viveu na Catalunha pelo resto de sua vida depois do fim da Segunda Guerra Mundial, seu maior trabalho era o Teatro-Museu Gala Salvador Dalí, em Figueires, que detém grande parte de sua coleção, juntamente com o museu Salvador Dalí em Saint Petersbourg, na Flórida, nos Estados Unidos.

No fim de sua vida, Dalí já estava entupido de remédios, calmantes e antidepressivos, gastava boa parte de seu tempo no Teatro de Figueires, mas não aguentou a morte de sua esposa e se degradou rapidamente. Um grupo de amigos assegurou seus cuidados e após sua morte, foi enterrado no átrio principal do Gala Salvador Dalí.

Aqui, algumas de suas obras:

Salvador dali biografia de dali
1922 – Cabaret Scene e Night Walking Dreams
salvador dali biografia pão com manteiga
1926 – Basket of Bread
salvador dali biografia surreal
1926 – Girl from Figueres

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A última aparição de Dalí

Veja abaixo a última aparição de Dalí. No vídeo, já debilitado, ele diz:

Quando você é um gênio, você não tem o direito de morrer, porque nós somos necessários para o progresso humano. Vida longa ao rei! Vida longa à Espanha! Vida longa à Catalunha! [Clique aqui, tweet esta frase!]

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