O ceticismo nasceu antes do Liceu, escola de Aristóteles, ou da Academia, escola de Platão. Na verdade, ambos discutem os céticos em suas obras (como a conversa de Platão com Teeteto sobre Protágoras), no entanto, há pouca coisa conservada sobre esta linha de pensamento filosófico.
Com objetivo de juntar os trapos espalhados pelo quarto da filosofia, a estadunidense Mary Mills Patrick concluiu seu Ph.D. realizando uma pesquisa exaustiva sobre a obra de Sexto Empírico e sua descrição do ceticismo. No entanto, convém esclarecer, quem é este homem supracitado?
Sexto Empírico foi um médico (profissão discuta pela autora) e historiador da filosofia que dedicou seus estudos aos argumentos céticos e ao combate contra o estoicismo. Viveu entre os séculos II e III, portanto, liderou a escola filosófica em uma época de descrédito do ceticismo, em que o combate às escolas vigentes era ordem.
Patrick discute os tropos céticos (as estratégias, modos de pensamento da escola) e a validade, por exemplo, das modificações que Enesidemo tentou realizar, absorvendo um pouco do Heraclitismo da Acadêmia.
O ceticismo, sendo assim, é tratado como uma escola de pensamento que não cria nem mantém dogmas, que diz o sim e o não na mesma força que aceita o não e o sim, nesta ordem, já que o grande objetivo cético é conseguir uma vida tranquila a partir da ataraxia, da tranquilidade da mente que o antidogmatismo conduz, afinal, quando não há nada absoluto a se defender, a vida passa a ser menos danosa ao corpo e à mente.
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Vinicius Siqueira de Lima é mestre e doutorando pelo PPG em Educação e Saúde na Infância e na Adolescência da UNIFESP. Pós-graduado em sociopsicologia pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo e editor do Colunas Tortas.
Atualmente, com interesse em estudos sobre a necropolítica e Achille Mbembe.
Autor dos e-books:
Fascismo: uma introdução ao que queremos evitar;
Análise do Discurso: Conceitos Fundamentais de Michel Pêcheux;
Foucault e a Arqueologia;
Modernidade Líquida e Zygmunt Bauman.