A fantasia de aniquilação é um produto de certa universalidade ontológica e epistemológica impostas por meio da força sobre todo o globo. Trata-se do sonho de destruição de toda a sociedade para seu renascimento, para seu recomeço com novos sujeitos.
Autor: Vinicius Siqueira
As ovelhas – Michel Foucault
Instaurando um tipo de intervenção individual, o pastorado cristão inova pois não depende da aplicação de uma lei, mas da obediência individual e cotidiana cobrindo todos os aspectos da vida de cada indivíduo conduzido e, apesar de ensinar a verdade, necessitará de um tipo de vigilância minuciosa para garantir a introdução de uma verdade secreta, de uma verdade na conduta, de uma verdade da interioridade, de algo que necessita da obediência para ser aprendido.
4 princípios do poder pastoral, ou a economia dos deméritos e dos méritos – Michel Foucault
A posição de pastor, no poder pastoral, não envolve certo status de autoridade, não envolve a propriedade do poder que é exercido sobre as ovelhas. Tanto pastor como ovelhas estão indissociados em seu destino e em sua avaliação final. Tanto o rebanho com o pastor serão avaliados um pela imperfeição e pelos atos do outros. Ambos recebem o mérito da imperfeição e uma relação de dependência mútua e servidão geral.
Heterotopia em Michel Foucault – DROPS #49
A heterotopia é este outro lugar, este contraespaço que nasce no bojo do espaço estabelecido. Trata-se de um espaço que ao se refazer, refaz também os sujeitos que estão em seu interior. A prisão, por exemplo, é um espaço concreto delimitável, previsível, mas que é regido internamente por regras próprias e reconstitui internamente novas subjetividades.
O poder pastoral – Michel Foucault
O poder pastoral, então, é um poder que atua sobre o indivíduo e sobre o agrupamento com a mesma tenacidade. Se justifica pela busca da salvação, do objetivo compartilhado individualmente e coletivamente imposto. Tal poder necessita de um pastor que se faz como responsável pelo bem-estar do rebanho e, ao mesmo tempo, de um rebanho que humildemente obedece a ordem do pastor abdicando de sua vontade própria pelo objetivo maior da salvação.
O pastor – Michel Foucault
O pastor é um líder que, através de estratégias de condução, guia seu rebanho ao objetivo que todos querem alcançar. Não há espaço para ganho próprio nem para objetivos privados: o pastor é um sujeito que funciona através de uma justificativa exterior, pois é Deus que lhe envia para guiar o rebanho à salvação.
As modalidades e níveis do racismo – Achille Mbembe
O racismo, como exposto por Mbembe, consegue fechar uma rede sobre 1) o indivíduo e 2) suas práticas, eliminando qualquer forma de integração de sua existência na sociedade racista. Ao mesmo tempo, a partir de uma abordagem por níveis, Silvio Almeida consegue expor a ineficiência da abordagem que, ao observar as duas modalidades de racismo mostradas por Mbembe, as colocaria em âmbito individual ou institucional. O racismo, portanto, é um elemento da própria estrutura social.
A ideologia! [Newsletter do Colunas Tortas]
Olá, tudo bom? Eu sou o Vinicius Siqueira do Colunas Tortas e durante nossa semana tivemos novos vídeos e novos artigos publicados! Falamos sobre a loucura em Michel Foucault, com um novo vídeo da série Figuras do Desatino! Também tivemos um novo texto sobre a ideologia em Michel Foucault, além de vídeos novos no canal!…
Os três problemas da ideologia – Michel Foucault
Para Michel Foucault, o conceito de ideologia tem três problemas que exigem precaução: a ideologia 1) tende a ser utilizada em oposição a uma verdade; 2) tende a ser relacionada a um sujeito do conhecimento e 3) tende a ser determinada por alguma infraestrutura, por uma estrutura econômica. São três pontos que afastam a utilização do conceito nas pesquisas arqueológicas, já que essas tratam do nível discursivo da realidade, da própria organização dos signos que permitem uma existência do critério entre verdadeiro e falso.
A prática discursiva – Michel Foucault
A prática discursiva é aquilo que organiza os elementos que podem ser ditos numa explicação. É aquilo que organiza os signos que são considerados razoáveis para serem falados a respeito de qualquer objeto. É aquilo que permite que um objeto seja um objeto. É anterior à realidade significada, porque é a possibilidade de organizar os signos utilizados e entendidos socialmente.