Michel Foucault estabelece duas categorias para as heterotopias em relação ao tempo: há aquelas que são “do tempo” e há as que são “de passagem”. As primeiras são ligadas ao acúmulo de tempo por meios físicos, como as bibliotecas e os museus, já as segundas se referem a um tempo que acumula experiência, mas termina rapidamente, gerando modificações rápidas no sujeito por lhe injetar experiência inesperadamente.
Autor: Vinicius Siqueira
Pobreza e Fecundidade, por August Bebel – DROPS #40
BEBEL, August. Pobreza e fecundidade. item 3 do capítulo XXX do livro: A Mulher e o Socialismo, publicado na Alemanha em 1879. Disponível em <<https://www.marxists.org/portugues/bebel/1879/mulher/30.htm>>. De qualquer ângulo que se considere o sistema econômico do capitalismo, veremos sempre que a necessidade e a miséria das massas não são conseqüências da penúria dos meios de subsistência…
Um lugar real, vários espaços incompatíveis – Michel Foucault
O terceiro princípio da heterotopologia de Michel Foucault está relacionado à convivência entre elementos estranhos entre si, elementos de natureza diversa. Reunidos, formam um espaço diferente, que tenta reproduzir uma situação ideal, mas no campo do real.
São espaços que funcionam de maneira diferente – Michel Foucault
As heterotopias não são estrutura fixas e, sendo contraespaços, também assumem novas formas nos mesmos lugares físicos ou através dos mesmos rituais que, ao longo do tempo ou de lugar em lugar, tendem a se modificar simbolicamente e concretamente. São espaços que morrem e nascem a depender das condições entre relações de poder e tipos de saber de um dado período num espaço determinado.
Lugares que sempre existiram e existirão – Michel Foucault
Não há unidade possível às heterotopias, mas só a dispersão de um contraespaço, ou seja, a dispersão do irreconhecível, do irrepresentável, do outro lugar que existe, que é concreto, que existe na realidade portanto, mas que é preenchido por um conteúdo utópico, irreal, inalcançável.
Episteme, o que é? – Michel Foucault
Não se trata de uma estrutura metafísica, ou de um sistema, mas de um conjunto que se refere aos saberes em sua condição de existência. Um arranjo específico de relações históricas que possibilitam a emergência de discursos científicos interligados seja por proximidade ou por distância, seja por harmonia ou por conflitos.
O quadriculamento, ou o princípio da localização imediata – Michel Foucault
O quadriculamento é uma técnica utilizada no interior do poder disciplinar para individualizar corpos e desagregar coletividades. Ao mesmo tempo, tem seu valor adicionado na possibilidade de introduzir vias de comunicação que sejam favoráveis a quem vigia enquanto destrói as formas de comunicação insurgentes.
Racismo e necropolítica, por Silvio Almeida – DROPS #34
ALMEIDA, S. L. Necropolítica e neoliberalismo. Caderno CRH, Salvador, v. 34, p. 1-10, e021023, 2021. Recai sobre a sociedade nazista e o Estado nazista, consoante Foucault (Em defesa da sociedade – EDDS), a responsabilidade por algo “extraordinário”: a generalização do biopoder. O nazismo teria realizado a fusão primordial entre o direito soberano de matar, típico…
Nanorracismo e futebol – Achille Mbembe
Apesar de utilizar abordagens “simplistas”, o jornalismo é a ferramenta prática imediata mais eficiente à denúncia moral do racismo no futebol europeu. Ele consegue, por sua rapidez e distribuição, tornar a pauta relevante na discussão pública e gera possibilidade de evidenciar a presença do racismo e cobrar, a partir de dados concretos recolhidos pelos jornalistas, ações institucionais.
A raça, por Achille Mbembe – DROPS #32
MBEMBE, Achille. Crítica da razão negra. Lisboa: Editora Antígona, 2014, p. 25-28. Só nos é possível falar da raça (ou do racismo), numa linguagem totalmente imperfeita, dúbia, diria até desadequada. Por ora, bastará dizer que é uma forma de representação primária. Não sabendo de todo distinguir entre o que está dentro e o que está…