Para Émile Benveniste, a linguagem é a condição de existência do “eu” na medida em que ele só é formado através da possibilidade do locutor se propôr como sujeito. Antes disso, há um momento de intersubjetividade, na medida em que o “eu” só poderá existir na presença de um “tu”. O par “eu-tu” é necessário para a delimitação do eu, sendo assim, a intersubjetividade é elemento central na possibilidade de existência da subjetividade (e não o contrário). Por fim, é através de indicadores dêiticos que a subjetividade é emergida na enunciação.
Categoria: Émile Benveniste
Nascido Ezra Benveniste, na Síria, em 1902, Benveniste, naturalizado francês em 1924, troca seu nome de batismo por Émile. As informações são da UFRGS.
Émile Benveniste chegou em 1913 aos 11 anos para estudar em Paris na escola rabínica da rua Vauquelin, n. 9.
Em 1920, Benveniste ingressou na Universidade de Paris, onde estudou filologia clássica e semiologia. Foi influenciado por Michel Bréal e por Ferdinand de Saussure. Em 1926, Benveniste obteve seu doutorado em filologia clássica com uma tese sobre a linguagem do teatro grego.
Após a conclusão de seu doutorado, Benveniste ingressou no Collège de France, onde lecionou até sua aposentadoria em 1969. Durante sua carreira, Benveniste publicou diversos artigos e livros sobre linguística, incluindo Problèmes de linguistique générale (1966), uma coleção de ensaios que é considerada uma obra fundamental da linguística moderna.
Émile Benveniste morre em 1976, tornando-se, por sua abordagem enunciativa, um iniciador no próprio campo estruturalista. Foi o responsável por introduzir na ordem do dia, senão diretamente ao menos indiretamente, um conjunto de questões concernentes a uma Linguística bastante diferenciada da que até então era feita. Com ele, os temas da subjetividade/intersubjetividade, da referência, da significação, da relação universal/particular tomam outras proporções.
Veja abaixo todos os artigos sobre Émile Benveniste no Colunas Tortas:
O aparelho formal da enunciação – Émile Benveniste
O aparelho formal da enunciação é um conjunto de mecanismos e situações em que a enunciação toma forma e sentido na prática social. Acima de tudo, a enunciação é uma prática social que pressupõe o diálogo, seja ele entre pares ou individual, reflexivo.
Estrutura em linguística – Émile Benveniste
Ferdinand de Saussure, o pai da linguística, nunca utilizou o termo “estrutura” em seus escritos, no entanto, ele é considerado o precursor do estruturalismo em linguística, devido aos desenvolvimentos de linguistas no Circulo de Praga e acadêmicos franceses. Por fim, define-se estrutura como organização interna do sistema e a doutrina estruturalista como conjunto de ideias que ensina a predominância do sistema sobre os elementos e destaca a estrutura do sistema através das relações internas entre estes últimos.
O signo linguístico – Émile Benveniste
Para Ferdinand de Saussure, o signo linguístico é a união arbitrária entre um significante e um significado. Émile Benveniste revisa este conceito, pois insere a dimensão do necessário à aparente contingência na relação entre estes dois elementos. Tal revisão nasce de seu foco no ponto de vista do locutor e, assim, do signo em uso.
Linguagem e a realidade – Émile Benveniste
Passa-se pela proposta de Benveniste, com articulações breves com Foucault através do enunciado como função de existência e do discurso como conjunto de enunciados regidos por um mesmo conjunto de regras, até terminar na necessidade do elemento coletivo ao exercício da linguagem e desta última para a constituição da sociedade.