Ideologia e Aparelhos Ideológicos de Estado – Louis Althusser: uma resenha

Da série “Michel Pêcheux: Conceitos Fundamentais“. O ensaio Ideologia e Aparelhos Ideológicos de Estado[1], de Louis Althusser merece ser objeto de nossa preocupação e estudo não só pelo valor que tem como início de uma teoria do Estado marxista, mas também pela importância que tem na obra de Michel Pêcheux, ao inserir o conceito de ideologia levado…

4 princípios do poder pastoral, ou a economia dos deméritos e dos méritos – Michel Foucault

A posição de pastor, no poder pastoral, não envolve certo status de autoridade, não envolve a propriedade do poder que é exercido sobre as ovelhas. Tanto pastor como ovelhas estão indissociados em seu destino e em sua avaliação final. Tanto o rebanho com o pastor serão avaliados um pela imperfeição e pelos atos do outros. Ambos recebem o mérito da imperfeição e uma relação de dependência mútua e servidão geral.

Heterotopia em Michel Foucault – DROPS #49

A heterotopia é este outro lugar, este contraespaço que nasce no bojo do espaço estabelecido. Trata-se de um espaço que ao se refazer, refaz também os sujeitos que estão em seu interior. A prisão, por exemplo, é um espaço concreto delimitável, previsível, mas que é regido internamente por regras próprias e reconstitui internamente novas subjetividades.

Os três problemas da ideologia – Michel Foucault

Para Michel Foucault, o conceito de ideologia tem três problemas que exigem precaução: a ideologia 1) tende a ser utilizada em oposição a uma verdade; 2) tende a ser relacionada a um sujeito do conhecimento e 3) tende a ser determinada por alguma infraestrutura, por uma estrutura econômica. São três pontos que afastam a utilização do conceito nas pesquisas arqueológicas, já que essas tratam do nível discursivo da realidade, da própria organização dos signos que permitem uma existência do critério entre verdadeiro e falso.

A prática discursiva – Michel Foucault

A prática discursiva é aquilo que organiza os elementos que podem ser ditos numa explicação. É aquilo que organiza os signos que são considerados razoáveis para serem falados a respeito de qualquer objeto. É aquilo que permite que um objeto seja um objeto. É anterior à realidade significada, porque é a possibilidade de organizar os signos utilizados e entendidos socialmente.

Regime de verdade em Michel Foucault – DROPS #44

FOUCAULT, Michel. Do governo dos vivos. 1ª edição. Martins Fontes: São Paulo, 2014, p. 85-89. Tratar-se-ia portanto, nas aulas seguintes, de estudar o cristianismo – bem, é claro, alguns aspectos parciais do cristianismo: encarar esses aspectos não do ponto de vista da ideologia, como lhes explicava da última vez, mas [pelo ângulo] do que lhes…

A descontinuidade do espaço presente – Michel Foucault

A heterotopia é o espaço do estar e não estar, do ser e não ser, é o espaço em que a norma é invertida numa relação de descontinuidade com o próprio presente, já que se abre um novo espaço dentro do espaço normatizado e um novo presente dentro do espaço-tempo normatizado. É a possibilidade de um tipo específico de prática de liberdade, de um tipo específico de contraposição ao poder a partir de uma tática, de uma irrupção de um presente novo no seio do presente estabelecido.

Criam espaços de ilusão – Michel Foucault

As heterotopias são espaços de contestação dos outros espaços. A partir de sua existência, há duas maneiras de apontar a contestação que a heterotopia prontifica: uma contestação que denuncia a irrealidade justamente dos outros espaço fora de si; mas também uma contestação que fabrica um espaço perfeito, que tenta anular as contradições da própria existência da esfera social.

Educação crítica e educação palavresca, por Paulo Freire – DROPS #42

FREIRE, Paulo. Educação e Massificação IN Educação como prática de liberdade. 1ª edição, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2015. Versão digital.  Nada ou quase nada existe em nossa educação que desenvolva no nosso estudante o gosto da pesquisa, da constatação, da revisão dos “achados” — o que implicaria o desenvolvimento da consciência transitivo-crítica. Pelo…

Não se entra de qualquer maneira – Michel Foucault

O quinto princípio da heterotopologia preconiza o olhar sobre os sistemas de entrada e saída das heterotopias. Desta forma, as heterotopias são espaços cuja entrada pede um certo ritual de purificação, de higienização ou, grosso modo, de adequação. Tal ritual se refere tanto ao espaço como ao sujeito, que passa a ter regras de conduta específicas a serem observadas nestes lugares.