Da série “Janta Filosófica“.
A nossa Janta Filosófica nº39 foi sobre a cidade e suas misturas. Utilizamos Zygmunt Bauman e Byung-Chul Han principalmente e falamos sobre os movimentos de aproximação e de afastamento que compõem uma cidade em sua lógica do condomínio.
Veja o vídeo:
Ouça o áudio:
Abaixo, um trecho transcrito da live:
Gostaria de começar com a noção de Zygmunt Bauman sobre uma certa mixofobia na cidade, uma vontade de não querer o múltiplo que pode ser observada nos diferentes guetos que se pode encontrar na cidade, nas diferentes coesões de grupos que se tem na cidade, nas formações de diferentes grupos, daquilo que o Stuart Hall chama de identidade propriamente, os grupos propriamente, as tribos urbanas conforme ele as descreve (e com todos os problema que esta descrição pode ter, todo relativismo que pode estar contido nela.
Ao mesmo tempo, a cidade como uma lugar não só mixofóbico, mas mixofílico: para além da repulsa à mistura e ao diferente, de maneira estrutural é um lugar de intermédio à concentração da diferença, por sua natureza. A cidade é um lugar onde diferentes grupos sociais de uma mesma classe vai morar, conviver, participar. Diferentes grupos também de outras classes, enfim, vão participar, vão se tocar de tal maneira que talvez fique até mais simples entender o valor de uma sociologia do gosto e de como o gosto funciona como uma distinção social, como ele movimento poder na prática e como isso é importante num lugar de tantas misturas assim como é importante para a própria coesão interna independentemente da existência ou não da cidade.
No fundo, entender como essa separação pelos gostos define uma certa dominação de classe. Mas agora, Guilherme, me diga, como é viver na cidade?
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