FOUCAULT, Michel. Do governo dos vivos. 1ª edição. Martins Fontes: São Paulo, 2014, p. 85-89. Tratar-se-ia portanto, nas aulas seguintes, de estudar o cristianismo – bem, é claro, alguns aspectos parciais do cristianismo: encarar esses aspectos não do ponto de vista da ideologia, como lhes explicava da última vez, mas [pelo ângulo] do que lhes…
“Eu a perdoo”, ou o dia em que Daniel Alves cumprimentou Robinho
Sim, Daniel Alves “perdoou” sua vítima de estupro. Segundo o jogador, ele só deveria pedir desculpas à sua esposa, Joana Sanz. Desculpas pela traição, ou seja, pelo ato que abriu caminho para uma possível dissolução do matrimônio.
A descontinuidade do espaço presente – Michel Foucault
A heterotopia é o espaço do estar e não estar, do ser e não ser, é o espaço em que a norma é invertida numa relação de descontinuidade com o próprio presente, já que se abre um novo espaço dentro do espaço normatizado e um novo presente dentro do espaço-tempo normatizado. É a possibilidade de um tipo específico de prática de liberdade, de um tipo específico de contraposição ao poder a partir de uma tática, de uma irrupção de um presente novo no seio do presente estabelecido.
A guerra em Foucault, por Judith Revel – DROPS #43
REVEL, Judith. Michel Foucault: conceitos essenciais. Tradução: Maria do Rosário Gregolin, Nilton Milanez, Carlos Piovesani. São Carlos: Claraluz, 2005, p. 56-57. *Foucault se interessa pela guerra durante um período relativamente breve, entre 1975 e 1977, e de maneira extremamente intensa, pois ele lhe consagra um ano de curso no Collège de France. A primeira…
“Ela tava extremamente embriagada”, ou como Robinho não é especial
Da série “O caso Robinho“. Sim, Robinho não é especial. Quando digo especial, quero dizer específico. Robinho não é específico. Robinho é a representação pública do sujeito protagonista do mundo. Segundo o dicionário Michaelis, o significado na linguagem figurada do termo protagonista é “Participante ativo ou de destaque em um acontecimento”, mas devemos compreender esse…
Criam espaços de ilusão – Michel Foucault
As heterotopias são espaços de contestação dos outros espaços. A partir de sua existência, há duas maneiras de apontar a contestação que a heterotopia prontifica: uma contestação que denuncia a irrealidade justamente dos outros espaço fora de si; mas também uma contestação que fabrica um espaço perfeito, que tenta anular as contradições da própria existência da esfera social.
Educação crítica e educação palavresca, por Paulo Freire – DROPS #42
FREIRE, Paulo. Educação e Massificação IN Educação como prática de liberdade. 1ª edição, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2015. Versão digital. Nada ou quase nada existe em nossa educação que desenvolva no nosso estudante o gosto da pesquisa, da constatação, da revisão dos “achados” — o que implicaria o desenvolvimento da consciência transitivo-crítica. Pelo…
Não se entra de qualquer maneira – Michel Foucault
O quinto princípio da heterotopologia preconiza o olhar sobre os sistemas de entrada e saída das heterotopias. Desta forma, as heterotopias são espaços cuja entrada pede um certo ritual de purificação, de higienização ou, grosso modo, de adequação. Tal ritual se refere tanto ao espaço como ao sujeito, que passa a ter regras de conduta específicas a serem observadas nestes lugares.
O ministro em Michel Foucault – DROPS #41
Da série “Biopoder“. Bom, da última vez, falei um pouco do pastorado e da especificidade do pastorado. Por que lhes falei disso e tão longamente? Digamos que por duas razões. A primeira foi para procurar lhes mostrar – o que na certa não lhes passou despercebido – que não existe moral judaico cristã*; [a moral…
Nestes espaços, o tempo tem outro ciclo – Michel Foucault
Michel Foucault estabelece duas categorias para as heterotopias em relação ao tempo: há aquelas que são “do tempo” e há as que são “de passagem”. As primeiras são ligadas ao acúmulo de tempo por meios físicos, como as bibliotecas e os museus, já as segundas se referem a um tempo que acumula experiência, mas termina rapidamente, gerando modificações rápidas no sujeito por lhe injetar experiência inesperadamente.