O presente artigo explica o nascimento do capitalismo monopolista segundo Lenin. No fim do século XIX e início do século XX, enquanto as grandes empresas conseguiram concentrar capital, tecnologias e força de trabalho, as pequenas empresas foram, paulatinamente, sendo compradas, incorporadas ou faliram. Eleva-se a socialização da produção ao máximo, mas a apropriação dos produtos ainda é privada.
Uso racional da ideologia irracional no fascismo – Michael Parenti
A aparente irracionalidade da ideologia fascista encobre um uso racional e instrumental de seus desígnios, diz Michael Parenti. O culto à personalidade, a hostilidade à paz e a ênfase a valores monísticos são bases para a análise do uso racional e estratégico de visões irracionais de mundo. Junto a isso, seus desdobramentos envolvem o uso do patriarcado como base da sociedade fascista, que fornece papeis fixos aos homens e mulheres na condução da família e na obrigação de mantê-la viva, sob o interesse da reprodução da sociedade fascista.
Fascismo: o conceito de fascismo
O presente artigo visa identificar um conceito geral de fascismo partindo das análises do filósofo Leandro Konder e do historiador Robert Paxton. O primeiro analisa o movimento político como uma espécie da direita, enquanto o segundo afirma que o fascismo é um tipo diferente no espectro político tradicional. Entretanto, ambos assinalam a dependência do fascismo com o financiamento do capital financeiro. O fascismo, por fim, é classificado como uma força social com característica social-conservadora disfarçada numa roupagem de movimento modernizador, guiado por uma ideologia de pragmatismo radical e suportado por um mito nacionalista.
As renegações da política: arquipolítica, parapolítica, metapolítica, ultrapolítica e pós-política
Os conceitos de arquipolítica, parapolítica, metapolítica, ultrapolítica e pós-política são explicados a partir de seus usos na discussão política atual. Enquanto a aquipolítica explica comunitarismos políticos, a parapolítica é um fluxo de concentração da política na democracia representativa, já a metapolítica não acredita na possibilidade de uma política eficiente a partir da representatividade popular. A ultrapolítica é a adequação da política em moldes militares e a pós-política considera que os conflitos estruturais foram superados.
Os usos do fascismo como discurso civilizatório
O fascismo é um conceito utilizado pela esquerda e pela direita. No presente artigo, a Revista Fórum e O Antagonista são analisados em seus usos do termo fascismo. É possível formar uma hipótese através da apropriação do conceito feito pelos colunistas e jornalistas da Revista Fórum e pelo texto escolhido d’O Antagonista de que o fascismo está presente num discurso maior de cunho civilizacional, que corta o saber político, mas acumula enunciados da esfera moral e da filosofia.
A morte do consenso: como o conflito voltou à política – Giddens e Mouffe
A “terceira via” do movimento New Labour, do Partido Trabalhista britânico, prometeu acabar com o confronto entre esquerda e direita. A fantasia de uma política sem conflitos criou nossa era do ódio?
A proibição do incesto em Lévi-Strauss e Freud
Lévi-Strauss se propôs a estudar a estrutura enquanto base inconsciente da sociedade, Freud estudou o inconsciente na psique humana. O antropólogo, de certa forma, considerava que seu trabalho é parecido com o do psicanalista, mas aplicado ao coletivo, não ao individual. A proibição do incesto, regra universal que é foco d’As Estruturas Elementares do Parentesco, é o toque da cultura na natureza, ao mesmo em que é reprimida pelo inconsciente. Ela é pressionada externamente e internamente.
O signo linguístico – Saussure e a AD
O signo linguístico é a união de uma imagem acústica e um conceito, de um significante e um significado. Esta união, por sua vez, não é determinada e nem fixa, mas sim arbitrária. Saussure elenca dois princípios para sua linguística: 1) a arbitrariedade do signo e 2) o caráter linear do significante.
Relações sintagmáticas e relações associativas – Saussure e a AD
As relações sintagmáticas e associativas são analisadas no artigo presente. Enquanto as primeiras atuam na mesma linha de extensão, as segundas acontecem de maneira perpendicular, com a associação de termos que não precisam fazer sentido no sintagma analisado. A consequência disso é a possibilidade de se definir dois tipos de arbitrários na língua: o arbitrário absoluto e o relativo.
Há inconsciente em Saussure? – Michel Arrivé
O artigo presente discute os usos do conceito de inconsciente propostos por Saussure em seu Curso de Linguística Geral e em seus manuscritos. Percebe-se o uso da noção de inconsciente que seria análoga ao inconsciente descritivo de Freud e, num só trecho, do inconsciente tópico. Por fim, o uso de Saussure feito por Lacan em sua teoria do inconsciente revela uma transformação drástica do uso recorrente e do uso tópico feito pelo genebrino.