As leis da modalidade são constitutivas aos gêneros do discurso e estabelecem normas para o uso da língua de tal maneira que a produção verbal seja clara e econômica.

mais que uma opinião
As leis da modalidade são constitutivas aos gêneros do discurso e estabelecem normas para o uso da língua de tal maneira que a produção verbal seja clara e econômica.
Entende-se a lei da exaustividade como o esforço em inserir todas as informações relevantes para o assunto em foco numa prática discursiva. Desta forma, a lei também traduz o esforço do destinatário que, em seu gesto de leitura, considerará que as informações exibidas são justamente aquelas que informam plenamente o necessário para a continuação da comunicação.
Entende-se que a lei da informatividade é constitutiva em relação ao discurso na medida em que atua dispondo enunciador e destinatário em seu engajamento na prática discursiva: na medida em que não se diz algo para dizer nada, não se produz o vazio ao outro.
Entende-se que a lei da sinceridade é constitutiva à prática discursiva: a necessidade da sinceridade não é somente normativa, mas se atualiza na realização dos atos de fala numa troca verbal. Seu caráter constitutivo pode ser visto nas maneiras de como, mesmo quando socialmente inadequada, a sinceridade ainda se faz como elemento central na prática discursiva.
Entende-se que a lei da pertinência é um elemento constitutivo da prática discursiva e, por sua vez, sua existência não se faz enquanto norma, ou seja, externamente imposta aos indivíduos para que a situação da comunicação seja perfeita. Se faz enquanto condição e se realiza enquanto produto.
Trata-se de um princípio constitutivo para a comunicação verbal, não de uma norma a ser acatada: a cooperação é o princípio que permite a existência e eficiência das normas de fato, na medida que, pelas normas serem explícitas e ordenadas, precisam do reconhecimento mútuo entre enunciador e destinatário, entendimento de que a comunicação é impositiva e a utilização de mensagens verbais à comunicação da norma. Não há norma sem cooperação.