O espaço social – Pierre Bourdieu

A representação do espaço social construído, se tem a base para uma análise social, propostas de projetos políticos, econômicos ou sociais a partir de um mapeamento científico da estrutura social. Trata-se de um espaço estrutura por posições relacionadas. A propriedade de cada posição depende das relações firmadas com outras posições, sendo assim, o sistema se faz como negatividade, em que a propriedade de uma posição é justamente tudo aquilo que as outras não são. A distinção, assim, assume uma importância maior na análise.

A distinção: crítica social do julgamento, de Pierre Bourdieu: resenha

A distinção: Crítica social do julgamento é um livro de Pierre Bourdieu publicado em 1979 pela editora Minuit na França. O livro revela a preocupação de Bourdieu com a constituição de uma sociologia “estruturalista-construtivista” em que o elemento do habitus passa a ser central no entendimento dos campos sociais. Segundo Patrícia Mattos: Uma das preocupações…

O campo social – Pierre Bourdieu

O campo se faz como espaço de lutas, espaço que, visto em sua diacronia, se faz como um campo em transformação, em disputa. Esta disputa se faz através de estratégias que não precisam ser conscientes para que sejam aplicadas. O habitus é o elemento que, ao fornecer disposições práticas, fornece também formas de interpretação do mundo e de relação com os diferentes elementos do campo, ou seja, mesmo sem intenção de fazer, a estratégia do agente social tem relação com as disputas específicas do campo.

Relações entre o poder e o Estado nos textos da Microfísica do Poder – Michel Foucault

Neste artigo, as relações entre o poder e o Estado nos textos presentes na Microfísica do Poder são expostas. O poder é prática, é exercício, portanto, está num campo de possibilidades práticas, de estratégia e dominação. O poder é aquilo que acontece, não aquilo que pode acontecer: ele está no corpo, não pura e simplesmente na consciência. Percebe-se a preocupação de Foucault em demonstrar a viabilidade de uma pesquisa que não se concentra no Estado enquanto centro do poder e, ao mesmo tempo, sua denúncia das consequências improdutivas de um foco no poder político do Estado.

O nascimento da população – Michel Foucault

A população emerge como novo personagem político da modernidade. Ela é caracterizada como resultante de diversas variáveis: climáticas, urbanas, econômicas, psicológicas, culturais, tributárias, etc. Não se trata mais de ter na população a expressão da força de um soberano: a população, na modernidade, é o fluxo de desejo que pode ocupar o espaço público. Entende-se, assim, que a nova forma de governo trabalha para confluir os desígnios do poder e a vontade geral da população captada através de uma certa liberalização com objetivo de tornar livre o movimento dos desejos de cada indivíduo.

A arte de governar: lidar com o acontecimento no biopoder – Michel Foucault

Uma das responsabilidades do capitalismo mercantilista nascente é lidar com o acontecimento com alguma segurança: é necessário resolver problemas que flagelaram a Europa durante séculos, sendo a escassez alimentar um deles. Para isso, os dispositivos de segurança são construídos, criados, elaborados de tal maneira que sua ação supere as limitações juridico-disciplinares (portanto, não deve se comportar como lei para intermediar) e se mantenha numa zona de liberdade, de liberalização. Tomando ainda a escassez alimentar como exemplo, o ponto central da elaboração biopolítica não é a resolução completa do problema para que a fome se extinga, mas sim a dispersão da fome, a dissociação da fome como flagelo social, transformada em problema de um indivíduo ou outro, mas não da população.

A normação e a normalização – Michel Foucault

Entende-se que o biopoder cria normas através de um processo inverso ao do poder disciplinar: a norma não é uma medida ideal, quase uma meta e que estabelece uma normação; ela é de fato o normal estatístico, frequente, recorrente, que pode ser medido e comparado, que gera a normalização. Assim, tem-se um tipo de poder que consegue lidar com a norma como caminho para se chegar ao normal estatístico, mas não tem preocupação em garantir solução plena para seus problemas. Alcançar o normal é a estratégia inicial, que se desdobra para todas as segmentações possíveis.

O espaço, a cidade e o meio no biopoder – Michel Foucault

A cidade da soberania é pensada como centro moral, estético e econômico do Estado. A cidade disciplinar distribui de maneira aprimorada cada espaço disponível a partir de um tipo específico de simetria. A cidade da segurança é previsível, ao mesmo tempo, trabalha para manter todo espaço de aleatoriedade dentro de um campo de controle. Nasce uma cidade pensada nos efeitos à população de cada decisão política de planejamento e distribuição espacial.