Da subjetividade na linguagem – Émile Benveniste

Para Émile Benveniste, a linguagem é a condição de existência do “eu” na medida em que ele só é formado através da possibilidade do locutor se propôr como sujeito. Antes disso, há um momento de intersubjetividade, na medida em que o “eu” só poderá existir na presença de um “tu”. O par “eu-tu” é necessário para a delimitação do eu, sendo assim, a intersubjetividade é elemento central na possibilidade de existência da subjetividade (e não o contrário). Por fim, é através de indicadores dêiticos que a subjetividade é emergida na enunciação.

Estrutura em linguística – Émile Benveniste

Ferdinand de Saussure, o pai da linguística, nunca utilizou o termo “estrutura” em seus escritos, no entanto, ele é considerado o precursor do estruturalismo em linguística, devido aos desenvolvimentos de linguistas no Circulo de Praga e acadêmicos franceses. Por fim, define-se estrutura como organização interna do sistema e a doutrina estruturalista como conjunto de ideias que ensina a predominância do sistema sobre os elementos e destaca a estrutura do sistema através das relações internas entre estes últimos.

O signo linguístico – Émile Benveniste

Para Ferdinand de Saussure, o signo linguístico é a união arbitrária entre um significante e um significado. Émile Benveniste revisa este conceito, pois insere a dimensão do necessário à aparente contingência na relação entre estes dois elementos. Tal revisão nasce de seu foco no ponto de vista do locutor e, assim, do signo em uso.

Linguagem e a realidade – Émile Benveniste

Passa-se pela proposta de Benveniste, com articulações breves com Foucault através do enunciado como função de existência e do discurso como conjunto de enunciados regidos por um mesmo conjunto de regras, até terminar na necessidade do elemento coletivo ao exercício da linguagem e desta última para a constituição da sociedade.

A disciplina e o adestramento – Michel Foucault

A sociedade disciplinar tem dois grandes mecanismos de adestramento de corpos e constituição de individualidades: a vigilância hierárquica e a sanção normalizadora. Quando combinadas, dão luz ao exame, mecanismo largamente espalhado na contemporaneidade. O indivíduo é um tipo social fabricado positivamente pela disciplina e, ao mesmo tempo, é um elemento constituinte de uma representação ideológica da sociedade, uma realidade fabricada pela tecnologia da disciplina e um elemento central na constituição da sociedade de indivíduos.

O exemplo da disciplina na produção – Foucault

O sistema capitalista aproveita fundamentalmente das disciplinas nascentes no período da Revolução Industrial para conformar e tornar cada trabalhador produtivo. As disciplinas, por sua vez, expressam-se no ambiente de trabalho a partir do complexo de vigilância e punição das infrações dos trabalhadores. A partir de processos concomitantes e articulados, o trabalhador do sistema de produção capitalista é assujeitado a sanções e normas que garantem a reprodução das relações de produção.