O gesto de leitura político – Michel Pêcheux

O gesto de leitura é o atravessamento do sujeito pelo discurso expresso na forma da escritura a respeito de outros textos, outros discursos. Neste trabalho, os discursos de Ciro Gomes, Fernando Haddad e Marina Silva são analisados para se compreender o gesto específico de suas leituras a respeito da reunião ministerial do Governo Bolsonaro ocorrida no dia 22 de abril de 2020. Os resultados são os esquemas semânticos de cada candidato para dar vazão aos seus olhares próprios a respeito do acontecimento.

Formação discursiva em Foucault e Pêcheux: diferenças e semelhanças

Michel Foucault e Michel Pêcheux utilizam a noção de formação discursiva para dar conta de seus desenvolvimentos na análise dos discurso. Para Foucault, trata-se de uma noção que dá conta das contradições internas do próprio discurso, da própria maneira de se ver seus objetos, enquanto Pêcheux trabalha esta noção através dos processos de identificação e assujeitamento, o que prolifera em quantidade a presença das formações discursivas.

Poder disciplinar – Michel Foucault

O poder disciplinar emerge em conjunto com a nascente sociedade burguesa no século XVIII. Toma sua forma nos aparelhos disciplinares como a escola, o exército, a oficina e a prisão. É através desses aparelhos e em seus processos que o poder atua sobre o corpo, seu alvo principal e, com modos de organização do espaço e do tempo, define, delimita, individualiza e otimiza as chances de docilização do corpo.

Espaço disciplinar – Michel Foucault

O espaço disciplinar visa aumentar a eficiência econômica da prática sobre os corpos. A docilização é aumentada e o adestramento é maximizado. Para isso, é necessário individualizar, manter as coletividades desunidas, não permitir a troca de informações, racionalizar a arquitetura para que contribua aos objetivos disciplinares, para aumentar as curvas de visibilidade, seja na prisão, no hospital ou na escola.

Tempo disciplinar – Michel Foucault

O tempo disciplinar não é um modo de operação planejado e pensado como um tipo perfeito de modelo para a produção, nem mesmo é uma qualidade natural da realidade ou uma categoria do pensamento humanos. É um tempo social presente nas divisões seriais e nas continuidades regulares promovidas pelas diferentes instituições disciplinares da sociedade contemporânea.

Da subjetividade na linguagem – Émile Benveniste

Para Émile Benveniste, a linguagem é a condição de existência do “eu” na medida em que ele só é formado através da possibilidade do locutor se propôr como sujeito. Antes disso, há um momento de intersubjetividade, na medida em que o “eu” só poderá existir na presença de um “tu”. O par “eu-tu” é necessário para a delimitação do eu, sendo assim, a intersubjetividade é elemento central na possibilidade de existência da subjetividade (e não o contrário). Por fim, é através de indicadores dêiticos que a subjetividade é emergida na enunciação.

Estrutura em linguística – Émile Benveniste

Ferdinand de Saussure, o pai da linguística, nunca utilizou o termo “estrutura” em seus escritos, no entanto, ele é considerado o precursor do estruturalismo em linguística, devido aos desenvolvimentos de linguistas no Circulo de Praga e acadêmicos franceses. Por fim, define-se estrutura como organização interna do sistema e a doutrina estruturalista como conjunto de ideias que ensina a predominância do sistema sobre os elementos e destaca a estrutura do sistema através das relações internas entre estes últimos.

O signo linguístico – Émile Benveniste

Para Ferdinand de Saussure, o signo linguístico é a união arbitrária entre um significante e um significado. Émile Benveniste revisa este conceito, pois insere a dimensão do necessário à aparente contingência na relação entre estes dois elementos. Tal revisão nasce de seu foco no ponto de vista do locutor e, assim, do signo em uso.