Christian Dunker discute sobre a ascensão do fascismo no Brasil e sobre as possibilidades da esquerda neste novo tipo de luta dentro do território brasileiro, no início do século.

mais que uma opinião
Christian Dunker discute sobre a ascensão do fascismo no Brasil e sobre as possibilidades da esquerda neste novo tipo de luta dentro do território brasileiro, no início do século.
A sociedade disciplinar tem dois grandes mecanismos de adestramento de corpos e constituição de individualidades: a vigilância hierárquica e a sanção normalizadora. Quando combinadas, dão luz ao exame, mecanismo largamente espalhado na contemporaneidade. O indivíduo é um tipo social fabricado positivamente pela disciplina e, ao mesmo tempo, é um elemento constituinte de uma representação ideológica da sociedade, uma realidade fabricada pela tecnologia da disciplina e um elemento central na constituição da sociedade de indivíduos.
O sistema capitalista aproveita fundamentalmente das disciplinas nascentes no período da Revolução Industrial para conformar e tornar cada trabalhador produtivo. As disciplinas, por sua vez, expressam-se no ambiente de trabalho a partir do complexo de vigilância e punição das infrações dos trabalhadores. A partir de processos concomitantes e articulados, o trabalhador do sistema de produção capitalista é assujeitado a sanções e normas que garantem a reprodução das relações de produção.
Breno Altman explica o nascimento do fascismo no período após a Primeira Guerra Mundial, com base no contexto histórico dos dois países em que ele melhor se desenvolveu: Alemanha e Itália.
Para Marilena Chauí, o neoliberalismo assumiu os trajes de um totalitarismo voltado para o indivíduo. Ele não é um fascismo, mas contém diversas características autoritárias.
Até o início do século XIX, os ilegalismos populares existiam como possibilidade de desenvolvimento do sistema capitalista. O fim dos ilegalismos populares tem ligação direta com a eliminação da funcionalidade que tais práticas possibilitavam à nascente sociedade capitalista. Para este fim, o aparato estatal concentrou as funções de penalização e encarceramento, além de criar a noção de delinquente, o criminoso inimigo social, peste que prejudica cada membro da sociedade.
A rebeldia conservadora não é uma força de avanço, mas sim de recuo de busca de um passado melancólico e supostamente mais organizado.
Vladimir Safatle e Antônio Abujamra conversam sobre a importância da filosofia, a forma-sujeito e seu resultado no mundo contemporâneo, as políticas de cultura do Brasil e seus limites, e as políticas públicas brasileiras.
Para Vladimir Safatle, o fascismo é a colonização do desejo anti-institucional pela própria ordem. Um desejo contra as instituições que é liberado como clamor pela mão forte do governo.
O artigo discute a noção de guerra civil como modelo de guerra de todos contra todos proposto por Thomas Hobbes em Leviatã. Michel Foucault considera que tal noção não comporta os elementos coletivos que se desenvolvem e se movem durante o processo da guerra civil. É necessário rejeitar a ideia hobbesiana de que o estabelecimento de um soberano e seu exercício do poder anulam a guerra em seu espaço de dominação, pois na própria guerra civil há movimentação do poder estabelecido e não estabelecido.